Deputado abandona debate devido a ofensas do público nas Caldas da Rainha

o debate, organizado pelo ps, bloco de esquerda e cdu das caldas da rainha, foi organizado com o objectivo de «esclarecer e ouvir a opinião da população» sobre a fusão dos centros hospitalares oeste norte e oeste sul. porém, ofensas de um dos elementos do público acabaram por impedir a audiência de ouvir os esclarecimentos…

o debate, organizado pelo ps, bloco de esquerda e cdu das caldas da rainha, foi organizado com o objectivo de «esclarecer e ouvir a opinião da população» sobre a fusão dos centros hospitalares oeste norte e oeste sul.

porém, ofensas de um dos elementos do público acabaram por impedir a audiência de ouvir os esclarecimentos de manuel isaac, o único deputado da assembleia da república que participou na iniciativa.

depois de apelidado de «vendido» e de «traidor» por um dos representantes do bloco de esquerda, o deputado do pp e vereador na câmara das caldas iniciou uma intervenção em que se associou às iniciativas em defesa do hospital, considerando tratar-se de uma questão «de todos» e não «partidária».

repetidas ofensas de um elemento do público levaram, no entanto, o deputado a abandonar a sala, numa atitude de protesto a que se associaram várias pessoas da assistência.

do debate saiu a decisão, aprovada por mais de 200 pessoas, de realizar um cordão humano, em torno do hospital distrital das caldas da rainha (que em conjunto com o hospital termal e os hospitais de alcobaça e peniche forma o centro hospitalar oeste norte – chon), exigindo ao governo a sua manutenção.

em causa está a fusão daquele centro hospitalar com o centro hospitalar oeste sul, que integra os hospitais distrital e josé maria antunes, em torres vedras.

a fusão, apontada em janeiro, pela distrital oeste do psd, como solução para os problemas que ambas as instituições atravessam, tem motivado reacções de partidos políticos e movimentos que contestam a junção alegando que esta implicará a perda de algumas especialidades do hospital das caldas.

ao longo da sessão em que foi criticada a forma como o processo está a ser conduzido, «nos gabinetes e envolto em secretismo» a população defendeu que «sejam exigidos esclarecimentos» sobre a junção dos dois hospitais e manifestou a intenção de «lutar até ao fim para que não nos sejam retirados os serviços de saúde».

para além do cordão humano, marcado para as 20:00 de dia 24 (sexta-feira), ficou ainda decidido lançar na internet uma petição exigindo a manutenção do chon e de todas as especialidades médicas.

o texto final da petição está a ser ultimado por uma comissão formada entre as mais de 200 pessoas que participaram no debate e deverá estar disponível na internet durante o dia de quinta-feira.

lusa/sol