Despedimento colectivo sem aviso prévio no MUDE

Os funcionários do Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, anunciaram hoje que foram dispensados na sequência da cessação de contrato entre a empresa que os emprega e a Câmara Municipal de Lisboa (CML). Leia o email recebido pelos trabalhadores.

através do site http://muderesistance.blogspot.com/ e na rede social facebook, o grupo de funcionários informa ter recebido hoje um e-mail referindo a dispensa do «serviço dos assistentes de exposição sem qualquer tipo de aviso prévio, no próprio dia, sem avançar qualquer justificação aceitável».

a lusa tentou, sem sucesso, contactar a direção do mude e responsáveis do pelouro da cultura da autarquia lisboeta.

o e-mail divulgado hoje a meio da tarde pela empresa aumento d’ideias, associação de dinamização cultural:

«boa tarde a todos, vimos por este meio informar que o contrato de aquisição de serviços em vigor entre a aumento d’ideias, associação de dinamização cultural com a câmara municipal de lisboa cessa a 31 de março de 2011. assim sendo, lamentamos informar que nos vemos obrigadas a prescindir da vossa prestação de serviços a partir desta data. agradecemos que nos contactem para combinar o acerto final de contas a realizar-se durante a próxima semana. queremos agradecer a todos o zelo, empenho e serviços prestados ao longo desta vossa colaboração com a aadi. estamos certas de que foi, para ambas as partes, um período de aprendizagem. desejamos-vos sinceramente os melhores sucessos para o futuro. atentamente, teresa cardoso e natércia caneira»

segundo os funcionários, esta situação mostra que fica «consolidado o tipo de actuação que as entidades gestoras do museu têm para com os seus colaboradores».

«de momento não conseguimos avançar com mais pormenores, pois isto é tudo quanto nos foi dado a saber. não sabemos se a dispensa é vitalícia ou se será possível a contratação por outros meios», conclui a informação do grupo.

a 11 de março, a direcção do mude admitiu a falta de pagamento do salário de fevereiro aos assistentes de exposição.

nas informações divulgadas na internet, o denominado grupo para a defesa dos direitos dos assistentes do mude refere que desde a abertura do museu, em maio de 2009, tem existido trabalho sem remunerações.

os assistentes passam recibos verdes e são contratados pela associação de dinamização cultural aumento d’ideias.

«esta é, por sua vez, contratada pela câmara municipal de lisboa com o fim de coordenar os assistentes bem como o serviço educativo do mude», era explicado.

o grupo divulgou várias interrupções no pagamento.

em resposta à lusa, o mude admitiu «alguns atrasos» nos pagamentos desde maio de 2009. «actualmente, estes estão regularizados até janeiro de 2011 inclusive, ao contrário do que veio a público», acrescenta-se.

justificando as demoras, a nota refere que a responsabilidade dos pagamentos é da associação aumento d’ ideias, mas corresponderam também a «alguns atrasos nos procedimentos internos da câmara».

lusa/sol