Empréstimos à habitação voltaram a desacelerar

Banco de Portugal diz ainda que os empréstimos a particulares decresceram em termos anuais pela primeira vez desde fevereiro de 2018.

O montante total de empréstimos a particulares registou, pela primeira vez desde fevereiro de 2018, um decréscimo em termos anuais (-0,3%), no final de setembro deste ano.

Os dados foram avançados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) que revela que o montante total de empréstimos para habitação era de 99,2 mil milhões de euros, tal como no mês anterior, o que representa um decréscimo de 0,7% relativamente a setembro de 2022. “Este decréscimo reflete o aumento das amortizações antecipadas e o abrandamento na procura de crédito à habitação”, justifica.

Já os empréstimos ao consumo atingiram 21 mil milhões de euros, mais 0,1 mil milhões do que em agosto. “Estes empréstimos aumentaram 3,1% em relação a setembro de 2022, mas este crescimento foi inferior ao registado entre agosto de 2022 e agosto de 2023 (3,6%)”, diz ainda o banco liderado por Mário Centeno.

No que diz respeito ao montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas, este totalizava 73,3 mil milhões de euros no final de setembro de 2023, mais 0,1 mil milhões de euros do que no final de agosto. Relativamente a setembro de 2022, o montante destes empréstimos decresceu 2,8%, evolução semelhante à observada em agosto (-2,7%).

Por dimensão das empresas, as microempresas voltaram a registar uma taxa de variação anual positiva (2,9%), enquanto as restantes tipologias (pequenas, médias e grandes empresas) apresentaram taxas negativas, mais acentuadas nas médias e grandes empresas (-6,0% e -5,9%, respetivamente).

Olhando para os depósitos, neste período, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 174,7 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões de euros do que em agosto, o que representa um decréscimo de 3,6% relativamente a setembro de 2022.

“Continuou a verificar-se a tendência de substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo. Em setembro, os depósitos à ordem reduziram-se 1,7 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentaram 1,5 mil milhões de euros”, revela o BdP.