Juízes apressados

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) pediu urgência na discussão pública e aprovação da proposta sobre o novo Estatuto dos Magistrados Judiciais, que prevê a atribuição de um subsídio de exclusividade, e lhes dá um estatuto especial à parte dos Funcionários Públicos, sujeitos aos sacrifícios do País.

Estes juízes são mesmo descarados. Aproveitam a imunidade e falta de controlo para não fazerem grande coisa, arrastarem anos os processos, e actuarem com a maior das arrogâncias junto dos cidadãos indefesos, muitas vezes à margem da Lei ou interpretando-a de forma enviesada (como quando recorrem à prisão preventiva para conseguirem as confissões que pretendem, e logo as validam como se fossem obtidas legalmente ou de forma curial).

Se os juízes querem mesmo ser apressados, porque não se apressam no seu trabalho, em vez de acumularem cada vez mais privilégios que os afastam do comum dos mortais que os sofrem? Porque não a este Governo pouco preparado que a produtividade pode aumentar muito sem mais horas de trabalho (como também comprovam empresas estrangeiras a actuarem em Portugal, com altos níveis de produtividade, e que nem sequer cortaram os feriados cortados pelo Executivo)?

Por mim, dou razão aos representantes da Função Pública, que se sentem a exigir para os seus representados qualquer regalia que venha a ser acrescentada aos nossos juízes.