Paris

Há umas semanas revisitei Paris e alguns dos seus lugares emblemáticos. Nas ruas, museus, restaurantes ou bares, cada vez mais se ouve falar português com sotaque brasileiro.

o país do samba está à conquista da capital francesa e são várias as classes sociais presentes. no inevitável hôtel costes são os turcos e chineses que começam a ganhar espaço. garrafas de champanhe a 1.200 euros saem a uma velocidade impressionante, enquanto os convivas vão fazendo a festa. os franceses, em larga maioria, são mais discretos, no que ao barulho diz respeito, mas primam mais na vestimenta do que quaisquer outros. em st. germain, no interior dos bares, os chefes de sala recebem os clientes e chamam de imediato alguém que sirva bebidas. o profissionalismo é levado ao extremo e o elevado preço das bebidas não se coaduna com amadorismos.todos tentam conquistar público e não falta gelo nos copos…

fiquei também com a ideia de que as casas mais frequentadas por francesas rapidamente perdem algum glamour, quando são conquistadas por estrangeiros endinheirados que se fazem acompanhar por autênticas equipas de mulheres da vida. muito bem vestidas, mas também muito exuberantes… é natural que os locais não encontrem grande graça num cenário mais próprio de outras latitudes. por isso, os restaurantes que ‘viram’ discotecas depois dos pratos desaparecerem das mesas acabam por ter um prazo de validade relativamente curto…

p. s. em portugal as pessoas estão cada vez mais exigentes, o que pode ser bom. na semana passada estava numa discoteca à pinha e à volta dos balcões uma multidão sequiosa tentava matar a sede. o empregado de um desses balcões fazia o trabalho com bastante profissionalismo, já que começava numa ponta e acabava na outra, voltando depois ao ponto de partida. mas, numa das corridas, quando chegou ao fim da linha, em vez de voltar ao outro canto, passou a servir os clientes que estavam mais próximos de si e que tinham conquistado o espaço na primeira fila. imediatamente dois ou três clientes retiraram-se com palavras de desagrado. a sede tem dessas coisas…

vitor.rainho@sol.pt