Pequim ajudou a ‘manter a confiança’ na zona euro, diz Catherine Ashton

A China «ajudou a manter a confiança» dos mercados na União Europeia ao comprar parte da dívida de alguns países membros, disse a responsável da política externa da UE, Catherine Asthon, numa entrevista difundida hoje em Pequim.

«A UE reconhece agradecidamente o contínuo envolvimento da China nos mercados dos títulos de tesouro europeus durante o recente e bastante turbulento período», disse Catherine Ashton ao jornal China Daily.

«Em todas as circunstâncias e certamente agora, a confiança dos investidores é uma condição chave para o sucesso da macro política e das reformas», acrescentou.

A entrevista coincide com a 2.ª ronda anual do Diálogo Estratégico União Europeia-China, iniciado na quinta-feira em Budapeste, capital da Hungria, sob a co-presidência de Catherine Ashton, Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, e de Dai Bingguo, membro do Conselho de Estado da China, o executivo do governo chinês.

A China comprou títulos do tesouro da «Grécia, Espanha, Portugal e outros países», recorda o China Daily, indicando que os respectivos montantes não foram revelados.

A atitude da China perante a crise da dívida soberana na zona euro «tem sido muito importante para ajudar a manter a confiança e estabilizar os mercados», comentou Catherine Ashton.

A União Europeia é o maior parceiro comercial da China e este país é o segundo maior mercado dos 27, a seguir aos Estados Unidos.

Pelas contas chinesas, em 2010, o comércio bilateral atingiu o recorde de 479.700 milhões de dólares (334.120 milhões de euros), com um saldo de 142.800 milhões de dólares (99.460 milhões de euros) favorável à China.

A reunião de Budapeste ocorre dois dias antes da primeira visita à China do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, esperado domingo em Chendgu.

A coincidência «é um sinal da importância que a União Europeia atribui às relações com a China», disse um responsável chinês.

Herman Van Rompuy vai encontrar-se com o presidente, o primeiro-ministro e o vice-presidente chineses, Hu Jintao, Wen Jiabao e Xi Jinping, respetivamente.

Lusa/SOL