hoje, até um anúncio da faculdade, assinado pela sua secretária coordenadora, ana paula carreira, chama com naturalidade ‘procedimento consursal’ a um simples concurso. passe a possidoneira do termo, o grave é o atropelo do português. se ana carreira tivesse consultado qualquer dicionário, mesmo o mais benigno e aberto à asneira de todos (estou a pensar no da academia das ciências de lisboa), veria que a palavra ‘concursal’ nem sequer existe em português. e se falasse a língua com alguma desenvoltura, perceberia que não faz sentido chamar ‘procedimento concursal’ a um simples concurso para provimento de uma vaga. e já não é só esta secretária coordenadora, ana carreira, que me espanta. não haverá um professor naquela faculdade que fale português correcto, e explique aos funcionários o abc da nossa língua? pelo menos dos mais antigos, admitindo que os novos já não foram obrigados a aplicarem-se no português.
qualquer dia ainda ouvimos alguém da faculdade de direito a dizer ‘recepcionar’, com o sentido de receber – como um certo estilo mais popular e menos cultivado se habituou a dizer. já não devemos estar longe disso.