o ponto de partida desses estudos é que a qualidade da gestão das organizações não é algo subjectivo ou meramente contextual, mas algo que tem uma componente objectiva e mensurável, com um impacto significativo na performance. as melhores práticas de gestão são as que estabelecem objectivos de curto e longo prazo, ambiciosos e interligados, as que medem e analisam constantemente a performance face a esses objectivos, e as que têm sistemas que permitem recompensar ou penalizar os colaboradores. estudos empíricos exaustivos – estatísticos e experimentais – mostram que a qualidade das práticas de gestão estão fortemente associadas a maior produtividade, rentabilidade e crescimento.
não é pois de estranhar que sejam empresas em países como os eua, canadá, alemanha, japão ou suécia aquelas que, em média, são mais bem geridas. numa escala de zero a cinco, onde os eua têm 3,35 e a índia 2,67, portugal tem um score de 2,87, mais próximo do dos países em desenvolvimento.
a literatura que temos vindo a utilizar identifica algumas alavancas associadas à qualidade das práticas de gestão:
1. as empresas públicas registam piores valores porque tipicamente não gerem os seus recursos humanos com base num sistema de incentivos que promova o mérito.
2. as empresas privadas mais bem geridas tendem a ser as que têm um capital disperso; em contrapartida, as com piores práticas são as empresas familiares cujo ceo é um fundador ou familiar do fundador.
3. a concorrência melhora a qualidade da gestão.
4. a regulação do mercado de trabalho conduz a uma pior gestão pois limita a capacidade de contratar, despedir ou recompensar.
5. finalmente, a educação dos gestores e trabalhadores está fortemente associada à qualidade das práticas. em particular, o acesso à educação básica em gestão pode melhorar muito a qualidade da gestão das organizações.
cinco pontos apenas, mas uma verdadeira agenda para melhorar a produtividade e para promover o crescimento.