SIC: A vida como um filme

Série documental da SIC estreia em dia de aniversário e mostra como o país mudou nas duas últimas décadas.

um patrão que anuncia às operárias que aquele é o último dia da fábrica. um casal gay que se casa. uma família que entrega a casa ao banco. um bebé que nasce. a vida é como um filme – e a nova série documental da sic quer mostrar isso mesmo.

em momentos de mudança, a equipa liderada pela jornalista cândida pinto selecciona retratos de um país que mudou muito nos últimos 20 anos. e fá-lo usando uma técnica que mistura jornalismo e cinema. «é cinematic journalism», resume a repórter, explicando que as histórias são contadas «com um ângulo mais cinematográfico», que se aproxima da intimidade dos protagonistas «até eles se esquecerem das câmaras».

o mote foi dado com a celebração dos 20 anos da sic. «queríamos mostrar os aspectos que mudaram na sociedade portuguesa», justifica a autora do trabalho que pretende captar os momentos decisivos do país e dos portugueses, «do nascimento à educação, da saúde à economia» – como anuncia o gabinete de comunicação da sic.

nove meses de norte a sul

nos últimos nove meses, cândida pinto e a lente do repórter de imagem jorge pelicano andaram à procura de situações que mostram o país como ele é hoje, de uma forma que as notícias não têm tempo para revelar.

a repórter admite que «o trabalho não foi fácil». a equipa, composta também por joão nuno assunção, marco carrasqueira e inês rueff, esteve integralmente dedicada ao projecto. «ficámos dias com as pessoas. mostramos o antes, o momento e o que se passa a seguir», conta a jornalista ao sol, sublinhando a importância da colaboração dos que vivem as histórias por dentro. «foi feito um grande trabalho de produção, para encontrar os casos, para explicar às pessoas o que pretendíamos e para ganhar a confiança delas, porque são momentos de grande intimidade».

no final, o balanço feito pela grande repórter da sic não podia ser mais positivo. cândida pinto assume que não é capaz de destacar o momento mais forte desta série documental: «cada episódio tem um nível de surpresa e de riqueza».

como o formato se pretende aproximar do documentário, cândida pinto assegura que ver momentos de mudança vai fazer o espectador sentir que «está por dentro» da história.

o primeiro episódio vai para o ar a 6 de outubro, dia em que em a sic comemora 20 anos, em horário nobre. e estão pensados mais 11 episódios de 20 a 30 minutos, para serem exibidos sempre às segundas-feiras.

margarida.davim@sol.pt