Tesoureiro do partido do presidente catalão detido em operação anti-corrupção

As autoridades espanholas detiveram hoje o tesoureiro do partido do presidente do governo regional da Catalunha bem como outras 10 pessoas, no decorrer de uma investigação sobre financiamento ilegal de partidos catalães. 

Tesoureiro do partido do presidente catalão detido em operação anti-corrupção

A Guardia Civil deteve hoje Andreu Viloca, tesoureiro da Convergência Democràtica de Catalunya (CDC) – o partido liderado por Artur Mas – bem como Josep Antoni Rosell, diretor do 'infraestructures.cat' (a entidade pública encarregada de lançar os concursos públicos do Governo regional catalão). Um dos dirigentes da fundação 'Catdem' (Catalunya Democràtica), Carles del Pozo, e uma das administrativas da CDC foram também detidos.

Os restantes sete detidos são empresários investigados por, alegadamente, pagarem comissões ilegais ao partido de Mas. Os agentes da Guardia Civil revistaram hoje ao longo da manhã as Câmaras Municipais de Olot (Girona) e Sant Fruitós de Bages (Barcelona).

Várias empresas do setor da construção foram também revistadas: Copisa, Urbaser, Rogasa, Grupo Soler, Oproler e Tec Cuatro. Estas empresas transferiram avultadas somas de dinheiro, sob a forma de doações, às duas fundações da CDC, a Catdem e a Barcelona Fòrum.

A investigação policial visa descobrir se a fundação CatDem e a própria CDC receberam comissões ilegais de 3% – alegadamente cobrados por vários municípios geridos por elementos ligados ao partido – em troca de adjudicações a construtoras ligadas ao partido.

A operação de hoje – já classificada por Artur Mas como mais um ataque pessoal contra si e o seu partido – é o seguimento de operações semelhantes em agosto. A ação policial surge num momento em que Artur Mas enfrenta dificuldades para ser reeleito presidente do governo da Catalunha, na sequência das eleições regionais de 27 de setembro, nas quais a sua lista, a Junts pel Sí, ganhou, mas sem maioria absoluta.

Artur Mas depende do partido de esquerda CUP para ser reeleito. 

Lusa/SOL