Quando Walter Benjamin visitou a capital soviética em 1926, os horrores da guerra civil eram pintados em tons heroicos e não se vislumbravam ainda as nuvens de chumbo do estalinismo.
Enquanto, não longe dali, a revolução industrial dava os primeiros passos, Philip Astley cobrava para mostrar as suas proezas em cima do cavalo.
À medida que os números e as estatísticas foram ganhando terreno, começaram a surgir os primeiros obstáculos. O terreno tornou-se pedregoso.
A pequena amostra apanhada ao acaso da sua História dos Judeus cativou-me de imediato.
Feito há uns 17 mil anos, este misterioso desenho parece quase ter sido desenhado por uma criança com um lápis grosso.
Os apontamentos tornaram-se quase uma obsessão. Às vezes penso naqueles japoneses que vão a Veneza e estão sempre agarrados à máquina fotográfica.
Um comentário pretensamente iconoclasta, mas na realidade apenas tolo, foi a gota de água.
Em 1953, quando já era um artista respeitado – mas de modo algum a lenda que viria a tornar-se –, Willem de Kooning recebeu a visita de um jovem que trazia uma garrafa e tinha um estranho pedido para lhe fazer.
Um texto pode tratar de coisas más, sujas, desagradáveis, e assim ser grande literatura. Mas não é por tratar de coisas más, sujas e desagradáveis que se torna automaticamente uma obra-prima.
Quando foi terminado já havia edifícios mais altos. E mais elegantes. Mas nenhum tem no seu currículo um almoço tão singular.
A avaliar pelo nome poderia tratar-se de uma sociedade secreta de amantes de livros. E, de facto, originalmente as suas belas edições estavam reservadas a sócios.
Poderá o escritor ter feito um trocadilho com uma civilização desaparecida?
Durante séculos os artistas formavam-se copiando os mestres. Velázquez copiou Rafael e Manet copiou Velázquez. Mas qual será o equivalente na literatura?
Os faróis são símbolos da solidão mais absoluta, mas também de solidariedade e entreajuda, uma luz amiga a brilhar na escuridão da noite.
De tempos a tempos é preciso tirá-los da prateleira, afagar-lhes as capas, abrir-lhes as páginas para que possam respirar um pouco em liberdade.
A ação combinada da pressão imobiliária e da pandemia expulsou do Chiado um dos santuários da cultura lisboeta.
Mais do que o enredo, penso que era a sua capacidade para criar atmosferas que verdadeiramente apaixonava o leitor.
Como uma referência brevíssima me levou a calcorrear as livrarias à procura de um clássico difícil de encontrar.