Bem-vindo à ‘nova normalidade’! Quer ir dar um mergulho no mar? Não há problema! Basta tirar a senha e esperar pela sua vez! Se preferir, fazer um piquenique no parque ou no jardim do bairro, não há nada mais simples! Coma, beba, converse e vigie as crianças de pé porque os bancos são apenas decorativos…
Entretanto anseio com o regresso a Portugal e penso diariamente na minha família. Estou desejosa de abraçar os meus sobrinhos e ver como cresceram. Ainda me lembro da última vez que estivemos todos juntos. O meu coração tem espaço para os dois países e sinto-me grata por ter nascido onde nasci e, ao mesmo tempo,…
Continuo a sorrir com naturalidade, a gostar de ver o brilho nos olhos dos outros e a vibrar com as vitórias, minhas e dos outros. Continuo a ter esperança, a acreditar no amor, a aceitar a mudança, a valorizar as pessoas, a perdoar, a desejar um abraço, a querer dar e a gostar de receber.…
Isto é tão bonito que, se por exemplo, se decidir ir apanhar sol Algarvio durante uma semana, no regresso terá que se ficar em casa 14 dias, relembrando o quão bom foi, vendo as fotografias e talvez montando álbuns. Isto para não falar daqueles que não possam trabalhar de casa terem que negociar 14 dias…
Estas proezas justificam os novos tarifários e nem os franceses, que são peritos em queixar-se, ousam resmungar. Eles são cordon bleu, especialistas em bricolage, canalizadores improvisados, mecânicos por necessidade, mas cabeleireiros é que não!
Isto é altamente confuso e sinceramente já ninguém quer saber. Os jovens estão todos nos parques, as famílias viajam quilómetros para irem fazer belas tardes à beira-mar e voltamos à tal vontade de praia mas só para mim, não para todos.
Este maldito vírus trocou-nos as voltas. Desta vez improvisámos, adaptando-nos à situação única que estamos a viver. Fizemos um almoço especial em casa, o meu filho deu-me o seu presente no qual escreveu: «A minha mãe é muito corajosa» e vimos um filme em família. Afinal, o importante é estarmos juntos e de boa saúde.
Parece que a maioria das pessoas se esqueceu da razão do confinamento. Vêm-se multidões nas grandes cidades e são poucos os que usam máscara. Será que já ninguém tem medo?
Adoro o país onde vivo e tenho a sorte de ser visitada frequentemente pela minha família que também não resiste à dolce vita. A Itália tem tudo: praias, montanha, diversão, História, cultura, património e boa comida!
Foi então que os meus cunhados começaram a falar um com o outro, cada um na sua língua e cada um sem saber a língua do outro. Ficámos a olhar para eles. O que iria sair dali?!!
O bom senso será então ficar só num pequeno espaço no parque, não vale a pena ocupar o espaço dos outros. Isso já é típico no povo britânico, que podendo optar, privilegia estar com algum distanciamento de desconhecidos.
O meu amor pelo país continua de boa saúde. Já a Espanha… Está doente e chora as mais de 27.000 vítimas da covid-19. Fechou-se em casa tarde e a más horas, segundo alguns. O que falhou? Onde é que erraram? Teorias não faltam, mas as certezas escasseiam. E agora de nada vale culpar Pedro Sánchez…