Guardo, desta época em particular do ano, memórias irrepetíveis. No dia 1 de novembro, saía de casa em bando com os meus primos mais chegados, e, ainda assim, éramos muitos. Tínhamos uns saquinhos, alguns feitos em patchwork, outras vezes íamos mesmo de saco de plástico em punho. O destino? Todas as portas que nos aparecessem…
O jornalismo vive, por tudo isto, momentos negros. Perante o sufoco da crise tem feito pouco mais do que manter-se à tona de água. Não por não desejar mais do que isso. Mas por, muitas vezes, não poder mais.
A propósito da estreia nas salas portuguesas, no próximo dia 19, do filme “Silêncio”, de Martin_Scorsese, dedicamos uma boa parte deste B.I. aos jesuítas. O filme do realizador norte-americano – que assinou sucessos como “Taxi Driver”, “Touro Enraivecido”, “Tudo Bons Rapazes” e, mais recentemente, “O Lobo de Wall Street” – recua até ao século XVII…
“Muitas vezes, sobretudo nos primeiros anos, perguntavam-me porque não fazíamos antes um grupo de dança, em que eles não tivessem de falar, porque alguns não falam tão bem. Mas eles são pessoas que falam, pensam e que têm direito a traçar o seu caminho”, disse-me Marco Paiva, ator, encenador e diretor artístico do projeto Crinabel…
“As leis são como as meninas virgens, são para ser violadas”, ouviu-se da boca de Jorge Máximo, um dos taxistas que participou na manifestação desta semana. Não sei se quem disse isto estava embriagado, drogado, alterado de alguma forma. Mas sei, ou acredito, que nenhuma substância leva alguém a dizer aquilo que não pensa.