A antiga ministra declarou desconhecer qualquer interferência, assegurando que nunca foi contactada por membros do Governo, da Presidência da República ou outras entidades públicas.
PSD diz que sociais-democratas recusam “embarcar em situações levantadas pelo Chega que nada contribuem para o evoluir do trabalho” da comissão.
Em causa está a recusa do filho do Presidente da República em prestar esclarecimentos na comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas.
A audição, que decorre na próxima sexta-feira, era para acontecer por videoconferência mas a Assembleia da República vai pagar a viagem da mãe das crianças, do Brasil para Portugal.
A mãe das meninas será ouvida por videoconferência pelas 14h00.
O antigo secretário de Estado da Saúde defendeu-se das acusações e insistiu que as gémeas receberam o tratamento por recomendação médica.
“É uma estranha coincidência que no dia original em que ele era para ser ouvido pela comissão é o dia em que sabemos que ele é constituído arguido”, diz deputado do Chega.
Em causa está o tratamento de duas crianças gémeas, residentes no Brasil, com o medicamento Zolgensma.
Este “é o tempo de pré-campanha eleitoral” e, por isso, o Presidente da República não vai “tomar partido em iniciativas partidárias”.
Presidente diz que não pode falar de partidos porque o país está já desde há dois dias em período pré-eleitoral para as europeias de 9 de junho.
Na inspeção ao caso das gémeas tratadas em Santa Maria, a IGAS concluiu pela ilegalidade do acesso à consulta de neuropediatria das gémeas que receberam em Santa Maria um medicamento de milhões de euros
A comissão parlamentar de transparência, já autorizou Lacerda Sales e Marta Temido, atualmente, ambos deputados, a prestarem os devidos esclarecimentos.
Recorde-se que os deputados queriam esclarecimentos acerca da atribuição de nacionalidade às gémeas – que receberam, em 2020, o medicamento Zolgensma, com o valor total de quatro milhões de euros, segundo informação avançada pela TVI – que foram tratadas no Hospital de Santa Maria.
No caso das gémeas, Marcelo apenas fez o que devia. Mas anda-se há três semanas a debater o assunto, sem nenhuma informação nova, com o único objetivo de comprometer o Presidente. Não estava para escrever sobre este assunto e só o faço pelas proporções que tomou. E por me parecer uma patifaria.
Médicos envolvidos dizem que no caso de doenças raras todos são atendidos, não precisando de ‘cunhas’. Basta irem à urgência e são observados e internados.
“Não há nenhum inquérito, nem disciplinar, nem de noutra natureza, neste momento, em relação ao doutor Lacerda Sales”, afirmou Carlos Cortes.
A OM “não tem poder estatutário para fazer seja o que for em relação a atos que médicos cometam, não enquanto médicos, mas noutras responsabilidades”, considera Santos Silva.
Sobre o chamado “Caso das gémeas”, o ex-secretário de Estado reafirmou, “de forma clara”, que não marcou qualquer consulta nem fez qualquer telefonema para o hospital sobre este assunto
“Estou perfeitamente tranquilo relativamente a esta questão”, diz ex-governante.