E eis que Marcelo volta a ameaçar com a bomba atómica, caso Governo e Oposição não cheguem a um entendimento para garantir a aprovação do Orçamento. Como se houvesse a certeza de que novas eleições afastarão os cenários de uma governação por duodécimos. A sério?
A evasão de cinco presos da cadeia de Vale de Judeus é mais um episódio com tanto de insólito como de grave e demonstrativo do estádio de falência a que estão reduzidos todos os serviços do Estado. É o legado que nos deixou o novo presidente do Conselho Europeu.
Como se explica que a Inspeção Geral das Finanças leve nove-anos-nove a produzir um relatório sobre a privatização da TAP com um conjunto de conclusões que já eram, todas, do domínio público? E o que dizer do timing escolhido (???) para a sua divulgação?
Há uma classe de políticos encartados na arte da indignação, na negação de princípios e valores tradicionais e na defesa de causas fraturantes a quem pouco ou nada lhes importa a vida, a dor e a dignidade alheias. Em nome do coletivo, elevam o egoísmo ao expoente máximo.
Ora aí está a nova época futebolística, que prometia muito, mas não podia ter tido pior começo. Vale a pena olhar para o exemplo do Estádio de França naquele momento em que Armand Duplantis bateu o recorde do mundo do salto à vara. Maravilhoso! E a todos os títulos exemplar.
Terá sido por acaso que a bandeira olímpica foi hasteada de pernas para o ar? Ou sinal de que nestes Jogos Olímpicos, como no mundo, está tudo virado do avesso? Choveu copiosamente durante toda a cerimónia de abertura. Abençoada? Absolutamente pelo contrário. O céu caiu-lhes em cima.
A pouco mais de um ano das próximas autárquicas, não há férias nem tempo a perder para quem tem pretensões e para os aparelhos contarem espingardas, fazerem escolhas e tomarem decisões. Depois do verão já pode ser demasiado tarde.
Não, não foi Trump. Quem está a dar tiros nos pés, descalços por culpa própria, e a cair do palco é a grande indústria dos media, internacional e nacional, submissa ao politicamente correto e aos poderes dominantes, contrariando a função original e nobre do jornalismo.
Mesmo nos dias das mais negras tempestades, há sempre uma nuvem branca da esperança. Mas com tantos aviões no ar, já não há céu limpo sem o azul cortado pelo branco mais sujo da desesperança. Falou-se do avião de Musk em Tires… E os outros todos do BCE? Hipócritas!
António Costa, em 2022, justificou-se com a praxe parlamentar quando permaneceu quedo na bancada do Governo no aplauso da AR à intervenção à distância do Presidente Zelensky. O PCP, agora, nem se preocupou em justificar o que quer que fosse.
A candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu reúne amplo consenso entre os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da União Europeia. E cá dentro também. Mesmo entre quem defendeu que não tinha condições para continuar PM depois de ter sido encontrado dinheiro vivo e não declarado em S. Bento.
As eleições europeias, por regra, quase não têm história: A abstenção acompanha o desinteresse pelo que se passa no Parlamento Europeu para um eleitorado consciente de que o poder de decisão da UE_está concentrado no eixo franco-alemão, na Comissão e no Conselho Europeu.
Cafôfo e Élvio Pereira protagonizaram um dos momentos mais ridículos da democracia portuguesa naquela conferência de imprensa às oito da noite em que anunciaram um acordo entre o PS e o JPP que não servia para coisa alguma.
Talvez por ser de origem oriental – como diria Marcelo -, Rishi Sunak é ponderado. E talvez por não precisar da política para nada – ficámos a saber que temfortuna maior que a do Rei -, não segue a carneirada e faz o que acredita ser o melhor para a defesa dos ingleses.
De uma assentada, o Governo anunciou mais investimento público que todos os Governos de António Costa. Além do mais, ao menos assim percebe-se para onde vão milhares de milhões da Europa.
A moeda com que a Imprensa Nacional assinala os 500 anos de Camões é uma coisa horrorosa. Faz lembrar os cartoons com que Cid retratava Balsemão, um homem sem rosto. No caso, José Aurélio, com reputada obra, só faz sobressair a deficiência do Poeta. Muito mau gosto!
A direita desbaratou a maioria de 140 deputados na AR conquistada nas eleições de 10 de março, deixando-se apanhar na curva pela esquerda unida. Começar pior era impossível.
A TV é o espelho do país. E o sinal dos tempos é que, num ápice, os painéis de comentadores passaram a contar com gente do Chega, de Pedro Pinto a Diogo Pacheco de Amorim. A não eleição de Augusto Santos Silva não é um fait-divers destas eleições. É um marco, e histórico.
Se os debates na TV são relevantes – e dos mais esperados já só falta o maior, entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos – e as sondagens antecipam (mais do que resultados) tendências, as eleições de março confirmarão uma viragem à direita, com uma vitória da AD e o reforço substancial do Chega. Sente-se.