Quando Kalaf Ângelo voou de Bengela para Lisboa em 1995, talvez ainda não estivesse consciente mas tinha uma missão pela frente. Agitar Lisboa, credibilizar a lusofonia, para que a cultura pudesse aproximar-nos, brancos e pretos, periféricos e cosmopolitas, como quem dança o mesmo samba. Ou neste caso, o kuduro progressivo, termo cunhado aos Buraka Som…
O Centro Cultural de Belém, em Lisboa, deu “carta branca” ao músico e cronista Kalaf Epalanga, que responde ao desafio com um espetáculo “sobre um angolano em Lisboa”, influenciado por sembas e kizombas.
Kalaf Epalanga cresceu em Benguela longe do reboliço de Luanda e só se apaixonou por uma metrópole quando veio para Lisboa, aos 17 anos. Em Portugal descobriu que queria ser poeta, mas a música intrometeu-se no percurso literário com o sucesso dos Buraka Som Sistema. Em Maio protagoniza o espectáculo Carta Branca, no CCB, onde…