Ex-ministro das Finanças fala da possibilidade de um governo de esquerda.
“Nas alturas de dificuldades visitamos os amigos, esteja em causa o que estiver”, dizia o deputado socialista em setembro do ano passado.
Algumas frases dos líderes do PCP, Jerónimo de Sousa, do BE, Catarina Martins, a propósito do PS, e do secretário-geral PS, António Costa, sobre os partidos à sua esquerda, proferidas durante e depois da campanha eleitoral:
A semana que agora se inicia é decisiva para as negociações à esquerda, tendo em conta que a queda do Governo está marcada para o próximo dia 10. Ontem, na SIC, Marques Mendes notou que as declarações públicas que têm surgido reflectem que “Costa parece estar cada vez mais refém do Bloco e do PCP”.
Muitos portugueses julgam estar a viver um sonho. «Mas vamos ter mesmo um Governo de esquerda?», perguntam-me aqui e ali, incrédulos. Respondo que sim. «Mas como é possível eles entenderem-se?».
Depois do discurso presidencial não ficará pedra sobre pedra. Foi-se o governo de esquerda, mas as peças continuam a mexer-se no tabuleiro de jogo. Passos voltou a ser o peão que, pelo menos, será dono da próxima jogada.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates defendeu hoje que “deve governar quem tem maioria no parlamento” e que “não pode governar quem tem a maioria do parlamento contra ele”.
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou hoje que o Presidente da República “vai ter que viver” com uma solução que respeite a democracia, referindo que Cavaco Silva lançou o país “na mais completa instabilidade”.
O constitucionalista Jorge Miranda considerou hoje que o Presidente da República foi “excessivo” na comunicação ao país que fez na quinta-feira, advertindo que não cabe ao chefe de Estado a apreciação de programas de Governo.
O secretário-geral do PS, António Costa, acusou o Presidente da República de criar uma “crise política inútil” ao indigitar Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro, pois PSD e CDS-PP não têm “apoio maioritário” no parlamento.
Com Passos Coelho já indigitado como primeiro-ministro, e depois de deixar claro que não aceita uma solução de governo à esquerda, Cavaco Silva aposta na divisão dos deputados do PS para que o governo da coligação de direita possa sobreviver às moções de rejeição na Assembleia da República. O Presidente da República foi claro: “A…
O líder parlamentar do PCP afirmou hoje que a decisão do Presidente da República de voltar a indigitar Passos Coelho como primeiro-ministro “traduz uma postura de confronto e desrespeito pela Constituição da República Portuguesa”.
O líder parlamentar do BE acusou hoje o Presidente da República de tentar salvar as vidas políticas de Passos Coelho e Paulo Portas ao indigitar o primeiro para voltar a formar Governo, devido à sua “costela de direita”.
O porta-voz dos sociais-democratas considerou hoje que a indigitação do presidente do PSD como primeiro-ministro respeita a prática constitucional portuguesa e apelou à “responsabilidade parlamentar” dos socialistas para que haja “estabilidade política do Governo”.
A líder do Bloco de Esquerda Catarina Martins lamentou hoje, em entrevista à TVI, a posição tomada pelo Presidente da República, considerando que o o discurso e a posição de Cavaco Silva “inaceitáveis”, acusando-o mesmo de parecer “o líder de uma sieta”.
Na primeira reação oficial do CDS à indigitação de Passos Coelho, Nuno Melo considerou que Cavaco Silva “fez aquilo que todos os Presidentes da República fizeram nos últimos 40 anos: deu lugar ao representante do partido que mais votos teve nas urnas”, e que “optar por quem perdeu é que seria estranho”.
O deputado socialista João Soares lamentou hoje a indigitação de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro anunciada por Cavaco Silva na noite desta quinta-feira.
O PAN defendeu hoje a necessidade de um Governo com “estabilidade parlamentar de quatro anos”, mas remeteu para o Presidente da República a responsabilidade de escolher a solução mas estável.
O partido ecologista Os Verdes considerou hoje que o PS tem condições para promover “uma governação sustentável”, mas admitiu que o seu partido está ainda em conversações com os socialistas.