Magalhães e Silva referiu que durante a audição nunca foi referido “o crime de corrupção” ou qualquer outro, apenas “factos”.
A Luís Filipe Vieira, bem como aos administradores Domingos Soares Oliveira e Miguel Moreira é imputada a prática de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 crimes de falsificação de documento.
Propriedade está com um valor mínimo de 390.222,25 euros
O Ministério Público entende que houve uma fuga aos impostos (IVA e IRC) de mais de 500 mil euros, que deverá ser pago “solidariamente” por todos os arguidos.
Rui Rangel, Luís Filipe Vieira e restantes arguidos vão a julgamento por todos os atos de que estavam acusados. Em causa estão crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, usurpação de funções, falsificação de documento, fraude fiscal e branqueamento.
Para o Ministério Público são “inquestionáveis” os factos que indicam que o ex-presidente do Benfica ofereceu bilhetes ao juiz desembargador Rui Rangel em troca de informações sobre caso no qual estava envolvido no tribunal de Sintra.
Luís Filipe Vieira conseguiu recuperar a preço de saldo bens que tinha entregue ao Novo Banco como garantia de empréstimos. O esquema terá sido montado com a cumplicidade de um administrador daquela instituição financeira. Acontece que o Fundo de Resolução apercebeu-se da irregularidade e não comunicou à autoridade competente, como era seu dever.
Ainda este mês foi revelado que o BCE estava a investigar o tema da relação entre o presidente executivo do Novo Banco e o ex-presidente do Benfica e devedor do Novo Banco Luís Filipe Vieira.
Banco liderado por António Ramalho vai exigir o pagamento de quase 7,6 milhões de dívida. Processo já deu entrada na justiça.
Escutas intercetaram instruções para o negócio ser tratado com máxima confidencialidade, com promessa de comissões de 3,5 milhões de euros para colaboradores de Vieira, que seriam pagas pelos acionistas da SAD enganados no valor das ações. José Guilherme, um deles, diz ao Nascer do SOL não se sentir traído.
Esta decisão é um dos resultados obtidos naquela que foi a primeira reunião formal da nova direção do Benfica. Recorde-se que o empresário norte-americano John Textor disse, em meados de setembro, que apenas iria avançar com a proposta de compra de 25% das ações da Benfica SAD depois das eleições.
“Sucedo a Luís Filipe Vieira, cuja obra de recuperação e consolidação do Benfica ao longo de 18 anos merece o melhor dos reconhecimentos. Mas, amanhã, inicia-se um novo ciclo, com redobrada ambição no futuro”, explicou o dirigente.
Juiz considera que os recursos foram apresentados depois do prazo.
O rival de Vieira nas últimas eleições, em outubro do ano passado, justificou a retirada das próximas eleições com razões familiares e profissionais. João Noronha Lopes admitiu ter uma “grande admiração” por Rui Costa “enquanto jogador”, mas o mesmo não acontece “enquanto dirigente”.
Magalhães e Silva disse que “não havia outra alternativa senão sair do Conselho Superior”.
Os encarnados vão reunir “nos próximos dias” para tomar uma decisão.
Cada ação estará a um preço de 7,80 euros, o que resultará num lucro de quase 5,9 milhões de euros para Luis Filipe Vieira. É desconhecido o possível comprador.
Os órgãos sociais do clube estiveram reunidos durante o dia de terça-feira e apresentaram a demissão em bloco.
Recorde-se que o juiz Carlos Alexandre aceitou, na quinta-feira, uma nova proposta de Luís Filipe Vieira para o pagamento da caução de três milhões de euros.