Fragilidades na concessão de crédito no tempo do BES e vendas de ativos abaixo do valor por parte do Novo Banco são algumas das conclusões do documento. António Ramalho afasta conclusões e MP ilibou acusações de alienações feitas ao ‘desbarato’.
O presidente executivo do Novo Banco disse que 95% das perdas referidas na auditoria da Deloitte devem-se a ativos anteriores a 2014, ou seja, que pertenciam ao BES e passaram para o Novo Banco na resolução.
Relatório entregue pela Deloitte vai ser remetido à PGR para eventual abertura de inquérito crime. Mas a instituição financeira diz que a auditoria mostra a importância que a venda de ativos tem tido na recuperação do banco.
Documento da Deloitte foi entregue esta madrugada ao Governo e vai ser entregue à PGR e ao Ministério Público.
Documento surge depois de o Fundo de Resolução garantir que vai ter em conta a crise económica e o contexto dos mercados na avaliação que fará dos ativos que o Novo Banco queira vender este ano.
O Novo Banco vê-se envolvido em mais uma polémica. Partes envolvidas na operação dizem ser tudo legal. Analista ouvido pelo SOL tem dúvidas.
A instituição já concedeu às famílias portuguesas 36 642 moratórias de crédito à habitação, desde março de 2020.
“Na avaliação do Fundo de Resolução, o valor da venda correspondeu ao valor da melhor oferta recebida na sequência de um processo de venda aberto e competitivo e reflete, portanto, o valor de mercado, naquele momento, do ativo em causa”, diz Fundo de Resolução.
Resultados da auditoria são “importantes para o esclarecimento dos portugueses”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
Em causa está uma notícia avançada pelo Público que avança que o Novo Banco vendeu a seguradora com desconto de quase 70%.
Na semana passada, o Governo disse que não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos por parte do Novo Banco até estar concluída a auditoria da Deloitte, que se esperava que fosse entregue até final de julho.
Em Março de 2017, o SOL fez manchete com as suspeitas que recaiam sobre o fundo Lone Star e o seu líder, John Grayken, em vários países, incluindo EUA, Alemanha e Coreia do Sul. E dadas as mais recentes notícias sobre os ativos do Novo Banco, vale a pena reproduzir o texto publicado na última página dessa…
Analistas contactados pelo SOL admitem que a venda de imóveis representa ‘um verdadeiro negócio da China’ e defendem que ‘tem de existir um maior controlo e investigação séria’.
Juntos, a Caixa Geral de Depósitos, o Santander Totta, o BCP e o BPI lucraram 540,5 milhões nos primeiros seis meses do ano, ainda assim, uma queda face a igual período do ano passado. Só Novo Banco contraria tendência ao apresentar prejuízos de 555,3 milhões.
Executivo pede que resultados sejam apresentados “no mais curto prazo possível”, depois de Deloitte não cumprir com o prazo estabelecido.
Fundo de Resolução pode, até 2026, injetar capital até ao limite de 3890 milhões para cobrir perdas.
O Presidente da República sublinhou queria um esclarecimento “por todos os meios”.
O banco afirma que a operação não terá sido feita a “preços de saldo”, mas sim a “preços de mercado”, “aproveitando as boas condições do mercado imobiliário” de 2018.