O homem que dominou a vida pública italiana nas últimas décadas e que foi o grande mentor do modelo publicitário que se impôs na política varrendo de vez os resíduos ideológicos e as reservas éticas desse plano, morreu esta segunda-feira, aos 86 anos, no hospital San Raffaele, em Milão, dois meses depois de lhe ter…
Juntamente com o vocalista Manel Cruz, o guitarrista Peixe, o baixista Nuno Prata e o baterista Kinorm, o teclista foi um dos membros fundadores dos Ornatos Violeta e esteve envolvido nos dois icónicos discos da banda portuense, “Cão!” (1997) e “O Monstro Precisa de Amigos” (1999).
Um empresário aparte, Rui Nabeiro foi um homem comprometido com o ideal de servir a sua comunidade e, tendo criado um grupo que se expandiu pelo mundo e se tornou um símbolo do café da diáspora portuguesa, recusou as sucessivas ofertas do maior grupo alimentar do mundo e provou que o capitalismo poderia ser socialista…
Mais do que a consciência moral daquela nação que sofreu uma humilhação e uma derrota devastadoras na II Guerra Mundial, Kenzaburo Oe forçou o Japão a sentir a vergonha e a culpa por uma série de actos criminosos no seu passado recente, ao mesmo tempo que se bateu para travar o renovado ímpeto nacionalista das…
Sócio fundador de uma das maiores sociedades de advogados portuguesas, a Morais Leitão, Galvão Teles exercia há mais de 60 anos e na juventude bateu-se contra o Estado Novo pela instauração de um processo democrático.
O vocalista e guitarrista que fundou os Television adorava a poesia dos simbolistas franceses, e, quando se livrou do nome de batismo, foi ao parceiro de Rimbaud que foi buscar o nome de guerra.
Aos 84 anos, morre o autor norte-americano de origem sérvia, um poeta que viu o perigo de a História se tornar uma espécie de moral absolutizante, e de nos vermos encerrados na retórica degenerada que permite que os crimes prossigam e os inocentes sejam chacinados “enquanto um tipo na televisão arranja desculpas”.
Morreu, na passada quinta-feira, aos 71 anos, o escritor francês Christian Bobin. Com um sentido muito claro da exigência de uma vida religiosa, através dos seus ensaios poéticos buscou traçar um caminho de esplendor de volta aos antigos e difíceis exemplos da fé cristã.
Um vigilante e um desmistificador, detendo-se em questões tanto da arte e da literatura, como da história, da sociologia e da política, este enormíssimo ensaísta e poeta alemão morreu na passada sexta-feira, aos 93 anos.
Morreu na madrugada de domingo, aos 89 anos, o lendário cineasta francês que, com a sua mulher, Danièle Huillet, também já desaparecida, formava “um único ser bicéfalo”, tendo criado uma das obras mais belas e exigentes da história do cinema
Morreu aos 100 anos uma figura que se viu sempre entre as mais singulares da vida política portuguesa, um homem que esteve preso com Mário Soares no Aljube, que viria a adaptar o luso-tropicalismo a ideologia oficiosa, ajudando a maquilhar o período final do colonialismo português enquanto ministro de Salazar. Gabava-se ainda de ter dado…
Um iconoclasta no seio das ciências, que desafiou o valor transcendental dos seus factos, e que mais tarde se revelou um aliado decisivo frente aos ataques dos grupos de interesses que pretendem minar o consenso a respeito da crise climática, Latour morreu aos 75 anos, vítima de cancro do pâncreas.
A autora da estrondosa trilogia de ficção histórica começada com Wolf Hall, e que viria a fazer dela a primeira mulher a vencer por duas vezes o Man Booker Prize, morreu subitamente, aos 70 anos, de um derrame.
Em criança queria ser bispo por gostar do ‘vizinho’ que tinha ‘enormes conversas’ com o seu pai. Com apenas 4 anos descobriu o cinema, e a realização era a ambição. A partir daí ‘a cortina abriu-se’ e, de crítico e cineasta, tornou-se ator, encenador, dramaturgo e tradutor. Despedimo-nos dele com uma ‘vénia’.
Morreu, aos 91 anos, a cantora eleita como a Voz do Milénio, uma mulher negra, que veio da pobreza, “teve uma vida apoteótica, intensa”, marcada por triunfos e perdas terríveis, e que emocionou o mundo.
Lembramos algumas das personalidades da vida pública portuguesa desaparecidas em 2021, e que passam agora a povoar a nossa memória, exigindo que saibamos honrar o seu legado e exemplo.
O velório ocorrerá hoje, quarta-feira, a partir das 17 horas, em Coimbra. Já a cerimónia de homenagem será no mesmo local – contudo às 10.45 de amanhã.