De muita coisa se fazem os seus poemas – até de arroz de tomate. E “receitas para a crise”. E virtuosismo. Não tivesse ele hoje má reputação e má imprensa e poderíamos colocar Ana Luísa Amaral no grupo dos poetas demasiado sábios do seu ofício.
O poeta e espantoso mestre de cerimónias das letras lusas fez 80 anos, e as datas redondas são para comemorar… certo? Eis a nossa comemoração: iéééééé!
A luz com que passou da História para o quarto, a vida dupla a que a homossexualidade o obrigou, deu a Konstantinos Kaváfis a chave para fixar com um vigor quase mítico os episódios mais sensuais da sua intimidade.
Poeta de várias tonalidades e modos, celebrado tradutor de Dante, Petrarca ou Shakespeare, romancista e dramaturgo, ensaísta de invulgar erudição, cronista, camonista de ousadias, VGM faria hoje 76 anos. Deixou testamento e fama de cerebral
“Camões e Outros Contemporâneos”, Helder Macedo (Editorial Presença) é uma das escolhas de Teresa Carvalho entre os livros publicados este ano
O poeta Georg Trakl, cuja insanidade culminou, após várias tentativas frustradas de suicídio, numa autoinduzida overdose de cocaína, viveu uma vida de inusitada tristeza, que não se ocultou da sua obra poética. O seu conterrâneo e contemporâneo Rainer Maria Rilke considerava a sua obra doce e comovente
Relembramos algumas das edições que marcaram o ano, aproveitando o balanço para reconhecer o papel dessa raça discreta e de uma persistência heróica, os tradutores que, face aos constrangimentos de um mercado cada vez mais saturado de lixo editorial, se empenham para que esta língua não fique à margem dos abalos mais profundos que a…
Entre Jorge de Sena e David Mourão-Ferreira, o Natal na poesia portuguesa foi muitas vezes denunciado por tudo o que nele é farsa, mas também se viu mais fundo que isso, o vigor do desejo que a cada ano espera um parto que venha bater às portas de um mundo novo
Poeta exuberante, libertário, explosivo, declamador vibrante em várias edições discográficas. Profissões foram mais que muitas: vendedor de máquinasde pastilhas elásticas, paquete, escriturário, estivador, publicitário. Mas foi na Palavra que se cumpriu, acabando por se tornar um dos mais populares poetas e letristas do seu tempo
Num país onde a regra é esquecer, onde o desinteresse tritura até os ossos, um editor presta homenagem a um poeta e tradutor exemplar que tem feito da vida uma admiração que se entrega, dando a ler em português o grande prodígio da poesia vinda de outras línguas e horizontes
Um ano tão hábil no horror sem fronteiras, acaba coroado na edição de poesia com uma tradução de um poeta que nos ensinou a ler a história do fim para o princípio
Distinguido há poucos dias com um doutoramento “honoris causa” pela Universidade de Pádua, onde desde 2010 existe uma cátedra com o seu nome, Manuel Alegre nunca deu as costas à História. Nem se deixou tentar pelas flores prosaicas de um quotidiano banal, sem grandeza nem projecto, sem mais dimensão épica que a de uma memória…
O poeta polaco que, em junho, venceu o Prémio Princesa das Astúrias de Literatura, e é desde há uma década um dos crónicos candidatos ao Nobel, tem finalmente uma selecção dos seus poemas traduzida para português
A reunião da obra poética de Eugénio de Andrade é um convite demasiado apetecível a tentar e falhar, uma vez mais, no esforço de explicar a graça de um poeta que é o vagabundo de qualquer jardim, e o rei desse “instinto da diferença” que permite captar a brevidade de um instante de esplendor
Impresso em Moçambique em Novembro de 1972 para assinalar o IV centenário da publicação d’ “Os Lusíadas”, “As Quibíricas” é um extraordinário livro sobre a nossa história, ainda à espera de leitores.
Coleccionou nacionalidades como camisas se trocam, juntou desânimos. Leitor voraz, fez odes aos livros que não podia comprar. Imaginou-se a passar a reforma em Creta, a ilha do Minotauro, longe do inferno do mundo e dos outros, de “toda essa merda douta que nos cobre há séculos”, mas não chegou sequer à velhice
Assinalam-se os 150 anos da morte do poeta francês, e mais dez sobre a publicação do seu único livro de versos, “As Flores do Mal”, numa altura em que o desafio que lançou aos artistas do seu tempo, lança a toalha ao chão sobre o nosso