‘A Baixa não está a andar à mesma velocidade que o Chiado’

É urgente arranjar soluções para a revitalização da Baixa, de forma a resolver os problemas desta zona histórica de Lisboa antes que se iniciem os «projectos da Segunda Circular (saída do aeroporto da Portela) e o de Alcântara», alertou o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP), Manuel Lopes. Este responsável afirma-se ainda…

uma reflexão feita durante o fórum ‘baixa-chiado: passado, presente e futuro’, moderado por guilherme d’oliveira martins, e em que, na segunda-feira, se debateu o futuro da baixa pombalina de lisboa.

presente esteve também josé antónio saraiva, o director do sol, jornal que se localiza na baixa. arquitecto de formação, considera que «é preciso ter pessoas a habitar» nesta zona de lisboa, acrescentando que para os centros terem vida a reabilitação urbana deve ser uma das principais tarefas. a falta de iluminação, as dificuldades de circulação, acesso e estacionamento foram os problemas da zona que considerou fulcrais. saraiva assinalou também ser essencial voltar à «tradição urbana» de realização de feiras nos centros históricos, as quais estão agora em «zonas periféricas». tendo em conta que os centros comerciais têm «implicações em cadeia para o comércio tradicional» avançou com a alternativa da criação de «galerias comerciais em zonas emblemáticas», como a baixa. defendeu ainda a construção de «obras de arquitectos de renome mundial» como factor de atracção.

para victor costa, o director-geral do turismo de lisboa, é essencial promover eventos que contribuam para a dinâmica da zona da baixa pombalina – atraindo estrangeiros e portugueses -, o que conduzirá à «reabilitação da sua imagem».

«não vejo um futuro, mas vários para o comércio no centro da baixa» preconizou, por seu turno, joão barreta, mestre em gestão do território. para este interveniente, a «dinamização», «promoção», «requalificação e modernização do existente», assim como a forte aposta na «inovação, criatividade e empreendedorismo são factores determinantes» da revitalização da baixa lisboeta.

o vereador da mobilidade, infra-estruturas e obras municipais da câmara de lisboa, fernando nunes da silva, falou sobre os acessos a esta zona da capital. defendeu que as hipóteses de utilização de transportes colectivos na baixa são «enormes», referindo-se à muita oferta existente. já quanto ao estacionamento considera que o problema está na «gestão e qualidade, não na quantidade». nunes da silva publicitou ainda os parques de estacionamento em construção pela cidade como via de melhorar a circulação não só na baixa, como no resto de lisboa.

rita.palma@sol.pt