com o palco debaixo da enorme bandeira de portugal que esvoaça no alto do parque eduardo vii, a cdu voltou a sublinhar o perfil patriótico da sua candidatura. primeiro, voltou a zurzir na chanceler alemã: «a senhora merkel já se acha no direito de dar ordens ao nosso povo quanto aos dias que temos de trabalhar e quantos temos de férias».
depois passou para o acordo de empréstimo ue/fmi: «a soberania nacional não se vende, não se cede» – daí, explicou jerónimo de sousa, que o seu partido não se tenha reunido com o fmi». criticou os «independentíssimos comentadores» que complicam a discussão com termos técnicos. deu o exemplo do empréstimo à habitação: «se alguém não o puder pagar vai deixar de trabalhar para pedir emprestado?».
para o secretário-geral do pcp, há uma resposta possível «para o cutelo do fmi»: a renegociação da dívida. de outra forma, só um sector sairá beneficiado. «a banca florescerá como um eucalipto, mas vai secar tudo à volta».
no final apelou para quem nunca votou cdu: «livrem-se de preconceitos. o seu voto vai ser respeitado».
heloísa apolónia lança bomba atómica
antes de jerónimo de sousa, a deputada do partido os verdes heloísa apolónia foi autora de uma frase muito aplaudida. a propósito do chamado voto útil, a ecologista fez uma comparação com o desastre nuclear japonês: «o voto no ps, no psd e no cds é o voto fukushima – está pronto a explodir em qualquer momento».