«talvez
tenha sido um castigo divino, um apocalipse que se abateu sobre o
distrito», perguntou, ao lado de uma igreja, o secretário-geral do
pcp sobre a desertificação de portalegre. «não, foi a política e
os políticos que abandonaram o distrito». lembrou que as «primeiras
levas» de apoio comunitário serviram para subsidiar o fim da
produção.«para montes e carrões, mas para uma enxada nada»,
completava uma ponte-sorense para quem a queria ouvir.
jerónimo
de sousa levantou o problema da falta de competitividade, que se
agudiza na região. «há uma dificuldade imensa, principalmente na
zona raiana, devido à injustiça fiscal».
deu exemplos de como o
iva e os preços dos combustíveis são mais penalizadores para os
portugueses do que para os espanhóis. «podem tentar baixar os
salários, mas o combate é desigual». alertou que a economia da
região está a «deslocalizar-se para espanha».
após
uma passagem morna por elvas, uma borrasca abateu-se sobre a segunda
paragem, portalegre, inviabilizando outra iniciativa que o almoço
com militantes.
seguiu-se uma visita à adega da herdade forte
paredes (avis), «um exemplo» de como se pode investir na região,
tendo terminado com o comício em ponte de sor.
foi um dia para
cumprir calendário, uma vez que não são grandes as reais
possibilidades da eleição de luísa araújo, primeira candidata
pelo distrito. como lembrou heloísa apolónia, o distrito só elege
dois deputados.
«e importa dizer que escolheram maus deputados»,
comentou a deputada de os verdes no mesmo acto de campanha.
o
charme do ‘ministro’ jerónimo
«é
tão charmoso», comentava uma senhora para outra, em elvas, à
passagem de jerónimo de sousa. essa não será, contudo, a opinião
da maioria do distrito de portalegre – pelo menos em relação ao
partido que jerónimo lidera, a avaliar pelos resultados eleitorais
nos últimos anos e pelos poucos apoiantes que conseguiu agregar
nesta segunda-feira, não só naquela cidade, mas também em
portalegre e ponte de sor.
embora não tenham faltado manifestações
de simpatia e apoio; houve até quem o chamasse de ministro. «uma
confusão saudável», comentou o visado.
cesar.avo@sol.pt
