jerónimo de sousa referia-se, esta noite, em faro, às duas versões
dos memorandos de entendimento entre o governo e a ue e fmi, sendo
que o mais recente, segundo noticiou a sic, foi aprovado em num
conselho de ministros da finanças, em bruxelas. uma das diferenças
prende-se com a antecipação dos prazos nas mudanças da legislação
laboral.
voltando a assestar baterias contra o
acordo e os três partidos que o subscreveram, o líder comunista
disse que portugal não vai poder pagar este empréstimo, não só
devido ao programa recessivo, mas também devido aos «juros agiotas»
de quem empresta. «até essa proclamada união europeia, da unidade
europeia. qual carapuça! a frança e a alemanha pensam mais na sua
megabanca do que na solidariedade entre os povos europeus».
jerónimo de sousa, que se mostrou
confiante na eleição de paulo sá pelo distrito de faro, lançou
farpas aos deputados eleitos pelo algarve: «quero alertar que andam
alguns a querer enganar os algarvios: aqui dizem que querem a
regionalização, mas no plano nacional são contra; dizem que são
contra as portagens nas scut, mas depois vão ao norte e dizem que os
do sul é que é bom pagarem. acabe-se com este cinismo», pediu.
sobre o algarve, disse que a região
não pode «estar condenada a um afunilamento a um sector (o
turismo), não pode ter quatro meses de vida e oito meses
desertificada», sugerindo as apostas na reactivação da agricultura
e da pesca, mas também «nas potencialidades imensas» da actividade
extractiva, caso do gás natural no offshore algarvio.
após ter começado a manhã no mercado
de olhão, jerónimo de sousa seguiu para vila real de santo antónio.
aí visitou a associação de reformados e pensionistas. a suar em
bica, jerónimo apelou para que os reformados usem a «oportunidade
de castigar» de quem diz estar contra eles, o governo. deu o exemplo
do complemento solidário dos idosos. «deu com uma mão e tirou com
a outra», referindo-se ao conjunto de restrições introduzidas na
lei. «não se pode ter sol na eira e chuva no nabal», disse, sobre
as preocupações que ps, psd e cds dizem ter sobre os reformados, e
terem assinado o acordo com a troika que irá «agravar» as
condições de vida dos idosos.
cesar.avo@sol.pt