Portugal ‘não pode ser pisado’, defende Jerónimo de Sousa

A CDU quer lançar o debate sobre a continuidade de Portugal no euro. «Portugal não pode ser pisado nem pode ser expulso», afirmou o secretário-geral do PCP.

em declarações à porta das oficinas municipais de
santiago do cacém sobre a entrevista que deu ao público, jerónimo de sousa deu
o mote: «hoje temos de saber se esta é uma questão tabu ou se devemos fazer
esse debate», lembrando que quando portugal trocou o escudo pelo euro os
comunistas alertaram para os perigos da opção. «perdemos competitividade e
perdemos mecanismos de flexibilidade».

questionado sobre qual é a opinião do pcp sobre o caminho
a seguir, jerónimo afirmou que «é o povo quem vai decidir», escusando-se a «apressar conclusões». alertou, porém: «pode fechar-se os olhos e assobiar para
o lado mas depois temos de correr atrás do prejuízo».

grândola, vila grisalha

antes, jerónimo de sousa e francisco lopes e heloísa
apolónia, candidatos da cdu por setúbal, almoçaram com apoiantes em grândola.

o discurso do líder comunista incidiu sobre a juventude
num concelho (e perante um grupo de convivas) envelhecido. «o capitalismo,
sempre que pode, vai tentar recuperar parcelas de direitos sociais. não pensem
os jovens que vão receber heranças; vão ter de conquistar os direitos a pulso».

jerónimo aproveitou a ocasião de estar na terra
imortalizada por zeca afonso para desferir uma estocada em paulo portas. «nestas eleições em que tantas coisas estão em causa, lembrar ‘grândola, vila
morena’ é fundamental. mesmo aqueles que estão contra abril e contra a
constituição de abril – estou a falar do cds – e que antes usavam flores
brancas, bem podem empunhar os cravos vermelhos, mas nunca os sentirão como
símbolo da revolução de abril».

por fim, jerónimo repegou no tema musical: «a cdu
acredita plenamente no conteúdo da canção. o povo é quem mais ordena e um dia o
povo vai ordenar mais».