a o que o sol apurou, a nova empresa ainda não tem nome, mas o respectivo projecto de estatutos já está a ser elaborado por uma equipa que é liderada por antónio de almeida, presidente da emel (empresa pública municipal de estacionamento de lisboa).
esta é a primeira reacção, e de uma das autarquias mais importantes, à reforma do sector empresarial local projectada pelo governo, divulgada pelo sol na última edição. com a nova lei, que será brevemente discutida na assembleia da república, pretende-se impor novos deveres de informação financeira (o estado apenas conhece as contas de 142 das 288 sociedades existentes) para pressionar os autarcas a reduzirem significativamente as 288 empresas municipais existentes.
passivos de 260 milhões de euros
antónio costa, que tem a seu cargo um pequeno grupo empresarial constituído por nove entidades, já estava a estudar uma forma de reduzir os custos dessas sociedades. a fusão da epul, gebalis e a sru nasce também do peso negativo que as mesmas representam em termos financeiros. as três empresas, com claro destaque para as duas primeiras, apresentam passivos que já ultrapassaram os 260 milhões de euros, sendo que os resultados líquidos negativos da gebalis, por exemplo, foram, em média, de cinco milhões de euros anuais desde 2006. a epul, por seu lado, teve um lucro de 5,1 milhões de euros em 2010.
a nova sociedade, ainda sem nome, deverá receber os trabalhadores das três empresas em causa: a epul e a gebalis têm 410 trabalhadores, sendo que se prevê que apenas uma parte transitará para a empresa que está a ser estudada. a nova entidade herdará as competências de promoção de operações urbanísticas com interesse municipal (da epul), de gestão dos bairros sociais (gebalis) e de promoção da reabilitação urbana (sru).
o sol questionou antónio costa sobre as poupanças que espera obter com a fusão, mas não obteve resposta. o_mesmo silêncio verificou-se quando ao futuro das restantes empresas municipais – egeac (de eventos) e emel (estacionamento) – e de outras entidades detidas ou participadas pela câmara, como o marl (mercado abastecedor da região de lisboa), a orquestra metropolitana de lisboa, a lispolis (associação para o pólo tecnológico de lisboa) e a lisboa e-nova (agência municipal de energia e ambiente).