Partidos admitem ‘período de nojo’

Os dois maiores partidos admitem vir a criar um ‘período de nojo’ que impeça os agentes dos serviços secretos de passar directamente para o exercício de funções em empresas privadas.

para fernando negrão, presidente da comissão parlamentar de assuntos constitucionais, esta é uma medida que «pode e deve avançar, para travar promiscuidades». não será a primeira vez que o parlamento discute o tema – já nesta legislatura dois projectos nesse sentido, do pcp e do be, foram chumbados. fernando negrão diz que há que «salvaguardar o direito constitucional ao trabalho». «estamos a pensar numa solução para esse problema», referiu ao sol o também deputado social-democrata.

ricardo rodrigues, do ps, concorda com a criação de um período de três anos de impedimento, mas sublinhando também que «as pessoas não podem ficar no limbo: tem que haver alguma espécie de retribuição». o próprio conselho de fiscalização das secretas já se mostrou favorável à definição de um ‘período de nojo’ para os espiões.

referências à maçonaria desaparecem

esta deverá ser a única consequência do processo de inquirições que o parlamento fez ao funcionamento das secretas, após notícias do expresso, no verão, dando conta que silva carvalho, ex-director do serviço de informações estratégicas de defesa (sied), passou informações à ongoing, empresa onde agora trabalha. e que, no sied, tivera acesso ilegal a uma listagem de telefonemas de um jornalista do público que escrevera notícias sobre os serviços de informações. ambas as situações estão a ser investigadas pelo ministério público.

suzete.francisco@sol.pt