os comunistas alinham, porém, com os outros partidos quando se discute a possibilidade de tornar obrigatória uma declaração de interesses aos maçons que queiram assumir cargos políticos. neste momento nenhuma força partidária no parlamento mostra vontade de avançar. a questão, para uns não é prioritária , para outros coloca dúvidas constitucionais ou é mesmo legalmente impossível.
luís montenegro, membro da loja mozart que lidera a bancada do psd, dá o assunto por encerrado: «o meu registo é público, está feito, não falo mais sobre isso». ao que o sol apurou junto da direcção do psd, a continuidade de montenegro na liderança da bancada laranja está assegurada e, na última reunião do grupo parlamentar, o tema foi debatido e vários deputados manifestaram o apoio ao seu líder.
nuno magalhães, líder parlamentar do cds e igualmente apontado como membro da maçonaria, deixa implícito que considera que a assembleia da república não deve avançar por aí, pelo menos para já. «das últimas vezes que o parlamento legislou debaixo de pressão mediática, essa pressa foi má conselheira», sublinhou ao sol o dirigente centrista, acrescentando que o debate deve ser feito na ar e não na praça pública.
a tendência maioritária, entre os deputados é a de que esta é uma decisão que deve caber, voluntariamente, a cada político.
é o que defende carlos zorrinho, líder dos deputados socialistas, apontado como membro do grande oriente lusitano (gol). «pessoalmente, sou a favor da declaração voluntária», afirmou ao sol, ressalvando que o ps não tem ainda uma posição oficial sobre esta matéria, mas que está disponível para o debate.
*com helena pereira e sofia rainho