nos dias imediatos, foram vários os que saíram em defesa do ex-primeiro-ministro nas redes sociais, alguns mesmo com recados directos à actual liderança – tornando ainda mais visível o descontentamento da linha socrática com a condução política de antónio josé seguro.
augusto santos silva foi o primeiro a reagir: «tenho pena, tenho sinceramente pena, do jornalista que se propôs, ou se prestou, ou foi mandado fazer e aceitou fazer este ‘trabalho’» em apenas um dia, o ex-ministro coleccionou ‘likes’ (gosto) ao comentário.
mais incisivo ainda, renato sampaio – amigo pessoal de sócrates – mostrou que a alma do antigo líder está viva em lisboa e que tem quem lute pela sua imagem. «hoje vi um ataque vil e infame a um amigo. sinto-me ofendido quando ofendem um amigo que considero», escreveu o deputado socialista, acrescentando que «não é tolerável que se coloque em causa a honorabilidade de alguém que se não conhece ou se lancem insinuações torpes».
mas não ficou por aqui – e resolveu deixar, na íntegra, o depoimento que fez quando josé sócrates se candidatou pela primeira vez a líder do ps. o recado para seguro é indirecto («apoio josé sócrates porque o ps terá que se apresentar aos portugueses como uma oposição enérgica e responsável, combativa e determinada»). mas num comentário a reacções que recebeu, o recado ficou claro. «sabemos que esta direita tem medo ‘do brilho das luzes’ que vem de paris! mas também há um ‘certo ps’ que vive ofuscado e ressabiado ‘com o fantasma de paris’».
a indignação de renato sampaio teve direito a 150 ‘like’ e cerca de 50 comentários. entre eles, actuais deputados do ps e ex-governantes, de isabel santos a hortense martins, passando por maria manuel leitão marques. e a onda prosseguiu – com andré figueiredo (chefe de gabinete de sócrates no ps) a escrever vários textos lembrando frases do ex-pm, josé lello a irritar-se com um colunista do público que criticou sócrates («por amor de deus, deixem o homem em paz!»).
nas hostes socialistas, há mesmo quem já fale do regresso de sócrates à vida política nacional, até mesmo colocando a hipótese de uma candidatura à liderança lá para 2013. é claro que poucos levam esta tese a sério, mas ninguém ignora os sinais de que o socratismo está bem vivo.