os auditores da igf garantem, contudo, que «não é possível concluir, com base nessa comparação, que as escolas nacionais se encontram sobredimensionadas» , lê-se na auditoria. mas se a pe tivesse seguido a média europeia em termos de área de construção por aluno, poderia ter poupado uma quantia cerca de 600 mil euros.
a própria ocde – que estudou 108 obras levadas a cabo pela empresa pública e elogiou o seu contributo para o aumento da qualidade de ensino – refere que a metodologia seguida em portugal levou à edificação de «espaços generosos, mas, dada a limitação de recursos, é possível que isso prejudique outros objectivos: as escolas desnecessariamente grandes irão impor custos adicionais de energia, limpeza e manutenção» .
a ocde aconselhou, aliás, uma reformulação do cálculo dos espaços necessários para as novas escolas, uma ideia que foi acolhida pela parque escolar na fase que está agora em execução.
a eficiência energética das obras realizadas pela parque escolar é também alvo de críticas da igf. não só o esforço energético representa o triplo do que existia nas antigas escolas – com os consequentes aumentos nas contas da luz –, como as novas legislações energética e de climatização obrigaram a mudanças que encareceram as obras em 850 milhões de euros.
endividamento preocupa
a derrapagem financeira das obras levou a empresa a aumentar consideravelmente as dívidas à banca. até 2012, a igf prevê que a dívida a longo prazo da parque escolar suba para os 1,6 mil milhões de euros, ficando o restante financiamento garantido por fundos comunitários e pelo orçamento do estado. em 2011, a empresa teve de se financiar na banca para obedecer a uma ordem dos então ministros teixeira dos santos e isabel alçada, para comprar por 73,7 milhões de euros sete prédios à estamo.
a igf analisou igualmente os valores das rendas que o estado tem que pagar à parque escolar pelas escolas intervencionadas. a empresa exige o pagamento de 319 milhões de euros nos próximos três anos, mas a igf entende que esse valor é excessivo e propõe a redução para cerca de 273, 3 milhões de euros.
o governo decidirá o valor justo.
segundo a igf, a parque escolar também não respeitou as ordens dadas por nuno crato em junho do ano passado. o ministro queria que a empresa reduzisse os custos em 2,5 milhões de euros, mas esta só conseguiu poupar cerca de metade desse valor (1,2 milhões). a suspensão de diversos contratos de consultoria, por exemplo, ficou-se pelos 850 mil euros (67% do objectivo que tinha sido definido pela tutela). e só foram cortados 428 mil euros nos custos com pessoal (42% do objectivo fixado).