guilherme silva, couto dos santos e duarte pacheco foram alguns dos que pediram mais atenção ao governo, tendo pacheco alertado para os efeitos negativos que o caso do deo tiveram na relação com o ps.
as relações entre ps e psd, na verdade, estão no fio da navalha, com acusações mútuas de falta de boa vontade. «neste momento, não há contacto nenhum em qualquer área», afirmou ao sol o líder parlamentar do ps, carlos zorrinho.
na passada quinta-feira, o socialista enumerou, em conferência de imprensa, todas as áreas em que o psd não deu cobertura às propostas do ps. é o caso do acto adicional ao tratado orçamental europeu, de uma lei alternativa à polémica lei dos compromissos ou o projecto para baixar a factura da electricidade. mesmo no código do trabalho, disse zorrinho, as únicas medidas aceites pelo psd «não foram as essenciais».
o psd, por seu lado, queixa-se que, desde o célebre discurso do ps no 25 de abril sobre a «ruptura democrática», não consegue sentar-se à mesa com os socialistas para negociar.
segredo de estado na calha
o líder parlamentar do psd, luís montenegro, insiste que o seu partido tem feito «um apelo muito grande de disponibilidade» e «até alguma contenção verbal, que não é acompanhada da parte do ps».
mas o psd quer fechar rapidamente propostas de alteração ao segredo de estado, um diploma que está a ser fechado pelo grupo parlamentar social-democrata para ser apresentado aos socialistas ainda durante o mês de maio.
trata-se de uma matéria relativamente pacífica, onde o consenso se avizinha fácil, uma vez que psd e ps já estiveram de acordo num anterior diploma que foi aprovado em 2009, mas que mereceu o veto político do presidente da república.
o objectivo é conferir utilidade e eficácia à comissão de fiscalização do segredo de estado, cuja lei data de 1994, e que, na prática, poucos ou quase nenhuns poderes tem.
com este passo, o psd pretende desbloquear a tensão que actualmente existe entre os dois maiores partidos com assento parlamentar. ao mesmo tempo, na próxima semana deverá haver contactos entre os dois para acertar a lei eleitoral autárquica, que obriga a um consenso de dois terços dos deputados.
quanto ao dossiê da eleição dos juízes para o tribunal constitucional, está, por ora, parado. o psd aguarda que os socialistas indiquem o nome do substituto de conde rodrigues. sem pressão.
helena.pereira@sol.pt e david.dinis@sol.pt
(corrigida às 12h12)