vice-presidente da assembleia da república, teresa caeiro (ou ‘teggy’, como é carinhosamente tratada no cds e pelos amigos) conheceu paulo portas quando o líder do partido dirigia o independente. tinha terminado o curso de direito na clássica e estagiava, então, no escritório de luís nobre guedes, pedro rebelo de sousa e miguel castelo branco. e foi às suas mãos que foram parar muito dos célebres casos envolvendo aquele jornal. «eram pelo menos três por semana e eu não fazia outra coisa». quando o cds passou do ‘grupo do táxi’ para 15 deputados, nas legislativas de 1995, portas convidou-a para assessora jurídica do grupo parlamentar e deu-lhe «24 horas para decidir». aceitou e já lá vão quase 20 anos.
teresa revela que o tempo livre não é muito, mas também não é adepta de ginásios e, por isso, troca-os de bom grado por caminhadas junto ao rio. adora filmes – «mas não comédias, a não ser as do woody allen que são obras-primas» – e ler.
o filho pedro, de seis anos e fruto da sua anterior relação com o social-democrata vasco rato, desde bebé que conhece bem os cantos à casa da democracia. «é uma criança da comunidade», conta entre risos, recordando que o levava para o parlamento e alguém ficava sempre com ele: «ora eram as senhoras do bar, ora entrava na sala do be». e o pedro até já fez muitas campanhas do cds «às cavalitas dos meus colegas, já correu muitos mercados e feiras».
foi deputada, governadora civil de lisboa, secretária de estado da segurança social e das artes e do espectáculo.
conta que lá em casa discute bastante política com o marido e de «forma muito acesa». ainda recentemente, à revista sábado, miguel sousa tavares contava um comentário que ouve muitas vezes da boca da sua mulher: «gostei muito do teu artigo hoje. não concordo com nada!».
na política tem amigos em todas as bancadas. teresa leal coelho, no psd, maria antónia almeida santos, isabel moreira e sérgio sousa pinto do ps e joão semedo do be são alguns deles.
a exposição pública ainda é uma coisa que a incomoda. «sou uma tímida crónica domesticada». mas «se há coisa a que nunca nos habituamos é a sermos fotografados sem saber», conta, revelando a estratégia de defesa: «hoje em dia prefiro não ver as revistas».
não se imagina a fazer política para o resto da vida porque «nesta actividade não somos donos do nosso tempo». aliás, reconhece que não consegue fazer uma boa gestão da vida familiar. «ninguém consegue e quem diz que sim, está a mentir!», dispara. «é impossível ser tudo, a super-mulher que vai ao ginásio às 7h, é uma ultra mãe, lê livros todas as noites, é a melhor no seu trabalho, concorre a prémios e passa metade do mês a viajar pelo mundo. alguma coisa fica para trás».
helena.pereira@sol.pt e sofia.rainho@sol.pt