teme estar no papel dos ex-governantes, num tempo futuro?
não temo coisa nenhuma, estou preparado para o escrutínio e para no futuro responder pelos actos que tomei enquanto secretário de estado. durmo tranquilo. nenhuma decisão que tomei, em consciência, lesou o erário público.
as empresas de transportes públicos continuam a ser as mais endividadas do estado…
os factores que o governo pode controlar, que são os custos com a prestação do serviço, foram corrigidos e, em junho, atingimos o equilíbrio operacional médio dessas empresas. num ano, conseguimos poupar 200 milhões de euros.
o processo de reestruturação já está concluído, nomeadamente a redução de trabalhadores?
não. já saíram cerca de 2.200 pessoas, ou seja, perto de 14% da força de trabalho, e em paz. e vão sair aquelas que as administrações considerarem necessárias, mas sempre por acordo. mas a reestruturação não se esgota aqui.
o governo está a preparar o orçamento do estado para 2013 com uma forte redução na despesa de cada ministério. como consegue responder a esse desafio e ter dinheiro para as reestruturações?
em função da expectativa de recuperação do investimento feito na saída dos trabalhadores. e vamos continuar a fazê-lo numa lógica de paz e acordo, apesar das greves que nos fustigam sem fim.
no último ano, têm sido recorrentes nas empresas que tutela…
sim, aproveito, aliás, para desabafar com muita tristeza que não consigo compreender, por mais que os sindicatos me tentem explicar – porque é tão irracional –, como é que alguém pode achar que a sucessão de greves vai proteger mais os seus direitos do que trabalhar para que as empresas sejam viáveis. todos os dias perdemos clientes potenciais na carris, no metro, etc, com o facto de haver greves sucessivas no sector.