ontem, depois do plenário onde gaspar foi responder pelo orçamento para 2013, estava prevista nova reunião. mas as expectativas eram já, à entrada, muito baixas quer no psd, quer entre os centristas.
nesse debate prévio no parlamento, os deputados do cds insitiram em questionar o ministro sobre os pontos em que paulo portas mais bateu no debate intragovernamental: empresas públicas, fundações, autarquias. gaspar acedeu diplomaticamente, mas deixou ao segundo partido do governo «um outro argumento» para mostrar o difícil que é o exercício de mudar alíneas do orçamento. «temos necessariamente de obter o acordo político dos nossos credores».
a decrescente expectativa dos centristas em obter cedências das finanças para um desagravar dos impostos previstos para 2013 foi subtilmente anotada pelo próprio portas, também na assembleia, esta quarta-feira. quando questionado pelos socialistas sobre se estava satisfeito com o orçamento para o ministério, o mne respondeu assim: «sou uma pessoa muito pragmática. não sou dado a estados de alma».
se o ministro das finanças se mantivesse inflexível no encontro final de ontem – já após o fecho desta edição – os centristas previam ficar numa posição difícil. pouco crentes na fórmula do aumento acentuado de irs, encostados a uma série de propostas feitas que não tiveram aceitação, admitiam ainda apresentar algumas recomendações de cortes adicionais em áreas que diziam ser tradicionalmente difíceis para o psd – sobre autarquias e financiamento das campanhas. mas fazê-lo sozinhos, sem o psd, teriam que assumir um risco que poucos querem correr.
o que estava ainda em aberto era outra proposta, de criar um novo escalão no irs, subindo ainda mais a taxa sobre os (ainda) mais ricos.