vítor gaspar abriu as hostilidades no discurso de encerramento do orçamento do estado, trilhando caminho para os cortes nas pensões. «entre 2000 e 2010 a despesa em pensões cresceu de forma particularmente pronunciada. em 2000, representava 9% do pib. hoje, representa cerca de 13,5%», sublinhou o ministro das finanças, numa justificação do que chamou de «explosão da despesa que coincidiu com a estagnação da economia».
perante este diagnóstico, há várias vias para conter a despesa destas prestações. há no governo quem não descarte a hipótese de um aumento da idade da reforma dos 65 para os 67 anos, embora o assunto não seja, de todo, pacífico, uma vez que a reforma da segurança social de vieira da silva, em 2008, recolhe vários elogios à direita. mesmo assim, não está descartado: «neste momento, não está em cima da mesa, mas vamos avaliar tudo», afirmou ao sol um membro do governo.
antónio pires de lima, presidente do conselho nacional do cds, admite discutir a medida. «não excluiria nenhuma hipótese», afirma ao sol, defendendo um debate aberto. «todas as ideias devem ser exploradas», insiste, dando como exemplo uma proposta de discriminação positiva na idade de reforma para pessoas que tenham filhos.
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helena.pereira@sol.pt e sofia.rainho@sol.pt
*com david dinis e joão madeira