Notáveis promovem o país na internet

A Brisa, a Cimpor, a EDP, a Galp Energia e a Zon decidiram juntar-se à causa que é melhorar a imagem de Portugal lá fora, tornando-se, para isso, nos novos patronos do Portugal Economy Probe. O portal – pensado para decisores económicos e políticos internacionais, e muito em particular para os investidores nos mercados de…

a iniciativa partiu de um grupo de sete altas individualidades da economia nacional há cerca de ano e meio. assustados com a imagem negativa que portugal tinha lá fora – muitas vezes desgarrada da realidade, como consideravam – rui vilar, maria de lurdes rodrigues, carlos monjardino, ricardo salgado, fernando faria de oliveira, antónio de sousa e francisco pinto balsemão decidiram então reunir esforços e tentar mudar esta situação, para benefício de todos.

em nome das instituições que lideravam (fundação gulbenkian, fundação luso-americana, fundação oriente, bes, cgd, associação portuguesa de bancos e impresa, respectivamente), estes responsáveis «lançaram o desafio a um conjunto de pessoas de várias áreas para se pensar o que se poderia fazer por portugal. e assim, depois do estudo de diferentes ideias, nasceu o peprobe», conta ao sol miguel athayde marques – que estava entre as personalidades ouvidas e participou no lançamento do website desde a fase de concepção até à sua materialização.

com o alto patrocínio da presidência da república – «o que é muito importante porque dá ao portal uma chancela institucional que pesa muito em termos internacionais» –, este é «um projecto da sociedade civil, que serve o país», diz o ex-presidente da bolsa de lisboa e também antigo administrador da caixa, com o pelouro da área internacional. e frisa que «o facto de não estar comprometido com os poderes públicos dá ao portal uma independência e uma autoridade que são bem vistos por quem o utiliza».

londres e nova iorque lideram procura do portal

nestes nove meses da fase experimental, o pepobre registou cerca de 35 mil utilizadores únicos e várias centenas de milhares de pageviews, segundo o responsável. «são dados encorajadores, já que não fizemos ainda uma grande divulgação e, sobretudo, porque está em causa um produto que não é mass market, mas sim uma coisa muito dirigida, com um target muito definido», argumenta.

o primeiro mercado onde se tem registado maior fluxo no novo portal é o reino unido e o segundo é os eua. mais concretamente, são as cidades de londres e nova iorque, ou seja as praças financeiras, que mais têm procurado informação sobre portugal. em terceiro lugar é espanha, depois alemanha e frança. no top 10 estão também a índia e o brasil, por exemplo.

a consulta é livre e os utilizadores podem registar-se e receber todos os dias uma newsletter diária ou mensal do que mais importante se passou no país, feito a partir de mais de 100 fontes de informação. «temos relatórios, análises, estatísticas, dados sobre mercados de capitais, notícias, um calendário muito completo e construímos dossiers especializados», informa o também ex-vice-presidente do icep (cargo em que negociou o contrato da autoeuropa). o dossier, que foi entregue à comitiva da chanceler merkel, durante a visita a portugal no mês passado sobre as relacções comerciais entre a alemanha e portugal, foi preparado pela equipa do peprobe.

athayde marques explica que «aqui não se faz informação, agrega-se informação de várias fontes, para torná-la mais intuitiva, atraente e de fácil consumo, com qualidade para contrariar a preocupação dos fundadores que era: quem quiser saber o que se passa em portugal, nas vertentes económica e financeira, não tem um acesso fácil à informação, que está toda disseminada, muitas vezes contaminada».

neste momento, o pepobre não gera receitas e todos os custos são financiados pelos patrocinadores. mas a expectativa é que o projecto, continuando a não ter fins lucrativos, se torne auto-sustentável, ou seja que gere proveitos que cubram os custos, adianta athayde marques sem revelar o investimento feito pelos promotores. em todo este processo, o responsável lamenta apenas que todas as instituições contactadas tenham dito que sim, menos as agências de rating. «todas, sem excepção, e estou a falar de grandes organismos nacionais como o banco de portugal ou o igcp, e internacionais, como o fmi ou a ce, e grandes bancos internacionais, aceitaram fazer acordos connosco. só as agências nos disseram que não estavam interessadas em colaborar neste projecto», partilha.

tania.ferreira@sol.pt