domingo, o presidente mahmud ahmadinejad e o presidente do parlamento ali larijani envolveram-se numa espectacular troca de acusações na assembleia iraniana. ahmadinejad apresentou uma gravação áudio que revelaria o irmão de larijani, fazel, a oferecer o apoio político da sua influente família (outro larijani, sadegh, lidera o poder judicial de teerão) a troco de dinheiro. o chefe da assembleia respondeu com outra acusação, declarando que um irmão de ahmadinejad, davud, mantinha contactos com a oposição armada e com potências estrangeiras inimigas da revolução islâmica.
foi mais um episódio de uma longa luta entre ahmadinejad, representante da ala conservadora do regime extremista, e os larijani, tanto defensores de uma agenda moderada como dos seus interesses particulares. o braço-de-ferro dura desde 2005, quando ahmadinejad derrotou ali larijani na eleição presidencial. desde então, o parlamento mantém-se hostil à presidência. no ano passado, foi mesmo votada pela primeira vez na história recente iraniana uma moção de censura ao presidente do governo. agora, a quatro meses de novas eleições, a guerra volta a aquecer.
na segunda-feira, um inesperado desenvolvimento. enquanto o presidente preparava a partida para uma visita de estado ao egipto de mohamed morsi (a primeira de um líder iraniano desde 1979), era detido said mortazavi, antigo procurador-geral e um importante aliado de ahmadinejad.
mortazavi, que é investigado pela morte de manifestantes durante a fracassada revolução popular de 2009, que se seguiu à polémica reeleição do presidente, esteve 36 horas na prisão de evin, precisamente aquela para onde enviou numerosos opositores e jornalistas. foi libertado sem que se conheça qualquer acusação formal. a imprensa internacional, que cita fontes iranianas independentes, interpreta a detenção como uma represália e um aviso dirigido a ahmadinejad, que qualificou a acção de «odiosa» e prometeu uma reacção para breve.