Governo confiante no cancelamento da greve da TAP

Tanto os sindicatos como o Governo têm reiterado estar disponíveis para dialogar. E, do lado do Executivo, mais do que cancelar a greve, o grande objectivo no momento é consegui-lo o mais cedo possível. Desde que foi anunciada, começaram a sentir-se efeitos nas reservas e, consequentemente, na tesouraria da transportadora, o que acaba também por…

o governo tem a expectativa de conseguir chegar a um acordo com os sindicatos da tap até ao início da próxima semana e evitar a greve anunciada para os dias 21, 22 e 23 de março, apurou o sol.

a administração da companhia aérea liderada por fernando pinto tem estado a trabalhar com os ministérios da economia e das finanças para aproximar posições e encontrar alternativas que permitam ‘suavizar’ os cortes salariais impostos pelo orçamento do estado (oe) de 2013 – entre 3,5% e 10% nos vencimentos acima de 1.500 euros, tanto na função pública como no sector empresarial do estado. mas nesta decisão não haverá recuos. «o governo está totalmente irredutível quanto aos cortes salariais», garante ao sol o secretário de estados dos transportes, sérgio monteiro.

haverá, porém, margem negocial para, por exemplo, rever aspectos mais qualitativos das restrições definidas no oe para 2013, que impunha cortes de 50% em ajudas de custo (despesas no estrangeiro) ou nos gastos com telecomunicações.

até ontem à tarde não havia ainda qualquer reunião formal agendada entre o executivo e os trabalhadores. mas tem havido contactos constantes entre as partes para tentar evitar a paralisação de três dias dos 12 sindicatos – que afectará a tap, portugália e sata, sendo esperada uma adesão quase total. poderá mesmo ser a maior na histórica da companhia, que celebrou o 68º aniversário esta semana.

«nós não desistimos. o tempo todo mantemo-nos em conversações e em contacto com os sindicatos e com o governo, mas a verdade é que é uma posição ainda difícil», reconhecia o presidente da tap, fernando pinto, na terça-feira.

tanto os sindicatos como o governo têm reiterado estar disponíveis para dialogar. e, do lado do executivo, mais do que cancelar a greve, o grande objectivo no momento é consegui-lo o mais cedo possível. desde que foi anunciada, começaram a sentir-se efeitos nas reservas e, consequentemente, na tesouraria da transportadora, o que acaba também por se reflectir no processo de privatização.

ana.serafim@sol.pt e tania.ferreira@sol.pt