no momento em que o governo atravessa o seu ponto mais baixo em popularidade e nos indicadores económicos, passos quis explicar o calendário e mostrar que é possível manter a estabilidade governativa até, pelo menos, junho de 2014, data em que portugal terá cumprido na íntegra o memorando de assistência. ideia-chave: ultrapassado o cabo das tormentas, mais perto do fim do ano, o ciclo mudará.
mas o calendário não é fácil até outubro. na sua intervenção, passos admitiu que este será mais um mês difícil para o governo – até à greve geral todos esperam um aumento da tensão política e social. só depois disso o primeiro-ministro espera um intervalo na crise – com o verão a aproximar-se e alguns funcionários públicos e reformados a verem reposto parte do subsídio perdido.
a troika volta e há teste nas autárquicas
mas o regresso ao trabalho virá acompanhado por testes ao entendimento entre psd e cds. o orçamento do estado para o próximo ano, que deverá começar a ser preparado enquanto o país anda em campanha eleitoral, é onde passos vai jogar o tudo por tudo com vista à estabilidade desejada até ao final do mandato. a troika voltará a lisboa e aí o governo voltará a pedir flexibilidade.
pelo meio, virão as autárquicas. aos dirigentes do psd, passos desvalorizou o problema (“vão passar depressa”, disse ao sol um dos presentes). logo depois da reunião, passos foi à amadora passar a mensagem, no lançamento da candidatura (psd/cds) de carlos pinto à câmara da amadora. não repetiu a célebre frase “que se lixem as eleições”, mas esteve lá perto: “o que estamos a fazer é uma transformação nacional. as eleições são distintas. não tenho medo das autárquicas nem das europeias”, disse.
(corrigida às 18h46)