é por essa razão que o projecto de lanier no príncipe real continua o seu percurso, sem se desviar da rota traçada em 2005. para o comprovar, a partir de ontem já se pode admirar o trabalho realizado pela sua empresa, a eastbanc portugal, com o emblemático palacete ribeiro da cunha, um imóvel do século xix de estilo neo-árabe. neste espaço reabilitado vai abrir a embaixada, um projecto comercial e de lifestyle que promete dinamizar o bairro lisboeta.
este é um projecto âncora da empresa, que pretende ser um espaço comercial e de lazer. ali vão marcar presença 14 lojas e uma zona destinada à restauração.
em entrevista ao sol, catarina lopes, directora-geral da eastbanc portugal, revela que o objectivo é que o espaço seja o coração do bairro. para o lote da embaixada está prevista também uma unidade hoteleira, mas a responsável garante que a eastbanc não pretende ter a propriedade do hotel. “queremos um parceiro hoteleiro que tenha as competências necessárias, que partilhe a nossa visão e que acredite em ambas o suficiente para absorver o risco operativo da componente hoteleira”, explica catarina lopes.
este projecto específico já ultrapassou o meio milhão de euros em obras de conservação. a east banc já adquiriu 20 imóveis na zona do príncipe real, num investimento de cerca de 50 milhões de euros em património, projectos, reabilitação e na dinamização da zona. além disso, conseguiu atrair nomes sonantes da arquitectura portuguesa – como souto de moura, que vai ter a seu cargo o projecto residencial.
esperar não é estratégia
a directora refere também que, ao ter o investimento concentrado numa área urbana, a gestão torna-se mais eficiente. “a expectativa é que, inicialmente, as margens sejam mínimas, mas concentramo-nos numa estratégia de baixo risco de assegurar o rendimento dos activos e de executar um edifício de cada vez, beneficiando destes esforços logo que haja oportunidade”, explica. catarina lopes salienta que “edifícios vazios com taxas municipais agravadas e a degradarem-se é pior que edifícios ocupados, qualquer que seja o rendimento”.
a responsável explica que as estimativas para saber o retorno total do projecto só poderão ser feitas depois da venda. mas adianta que todos os edifícios comprados, excepto um, estão arrendados. o rendimento bruto sobre o investimento total é entre 2% e 8%.
apesar de estar consciente de que os compradores e inquilinos são influenciados pela conjuntura financeira, catarina lopes destaca que a eastbanc tem uma visão de longo prazo: “a situação actual também abre algumas oportunidades. hoje há proprietários no príncipe real a discutir parcerias com a eastbanc para valorizar o seu património”, continua a directora, antes de recordar situações recentes: “há cinco anos só se falava em preço e, muitas vezes, não conseguimos acompanhar ofertas porque nos pareceram exorbitantes. muitos desses imóveis continuam hoje vazios”.
lisboa está na moda
o projecto do príncipe real tem ainda outra componente que joga a seu favor: lisboa está na moda e está cada vez mais bem cotado a nível internacional. daí que a directora da eastbanc reconheça que sente um impacto forte no comércio de rua.
cada vez existem mais turistas, em especial europeus, no príncipe real. “esperamos que o nosso produto residencial também venha a atrair alguns compradores internacionais”, solta. “acho que o conceito de urban club será atractivo. é um produto residencial com serviços, em que há preocupações com limpeza, manutenção ou a gestão, e se pode arrendar o apartamento quando se está fora”.