cerca de 14 milhões de pessoas estão privadas da liberdade naquele país, forçadas ao trabalho infantil, à servidão doméstica e à prostituição, concluiu o relatório. o estudo relaciona o fenómeno indiano com o hábito da escravidão por dívida, em que um indivíduo e os seus descendentes são forçados a servir os credores.
a pesquisa é mais uma mancha na imagem externa da índia, que continua a lutar por se afirmar num patamar igual ao da china, sobretudo na frente económica. um outro estudo australiano, desta vez do departamento do tesouro, indicava esta semana que nova deli poderá ultrapassar pequim em termos de crescimento na próxima década, mas não enquanto maior economia nem como destino de investimento.
e até lá, os desafios avolumam-se. na quinta-feira, a reuters adiantava que o crescimento do pib indiano deverá recuar para os 4,7%, o valor mais baixo da década, contra os 5,6% estimados em julho. a prejudicar a economia está a instabilidade política, a desconfiança dos investidores e a retracção do consumo interno – 90% dos 470 centros comerciais do país acumulam prejuízos.
a china, por contraste, acaba de anunciar um crescimento de 7,8%, invertendo a tendência de queda dos últimos anos, graças à expansão do consumo da classe média nacional.
se as reformas de pequim podem servir de lição, nova deli parece disposta a aprendê-la. na quinta-feira, o primeiro-ministro indiano manmohan singh esteve na capital chinesa, referindo os “impressionantes progressos” do país vizinho como “fonte de inspiração”. na escola de quadros do pc chinês, singh afirmou que a estratégia para sair de um pântano de assimetrias sociais e regionais passa agora pela reforma do sistema fiscal, o reforço do sistema financeiro e novos investimentos em infra-estruturas.