sente força política na coligação para fazer o que for preciso para fechar este resgate?
sinto, sem nenhuma dúvida. para fazer o que for preciso. é evidente para os portugueses, e indiscutível para os dois partidos, que não há recurso para o país se não fechar com sucesso este programa de ajustamento. quem critica um conjunto de medidas necessárias para alcançar as metas nunca é confrontado com os custos do não cumprimento. há uns dias, vi na televisão um programa sobre a grécia que me impressionou. corre em portugal que, mesmo que não cumpríssemos, era indiferente. isso não é verdade.
mas se o governo tiver que discutir um aumento de impostos, não haverá um problema com o cds, como já houve em 2012/2013?
se for caso disso, não tenho dúvidas de que o governo saberá encontrar uma solução – todas as soluções requeridas – para conseguirmos esse objectivo maior, nesta fase da governação, que é sair do programa de assistência financeira. a minha convicção é que o custo de o governo não conseguir cumprir é enorme, muito mais a seis meses do fim do programa. vejo um grande empenhamento dos parceiros da coligação no sentido de cumprir até ao fim este programa. não cumprir teria consequências catastróficas para o país, dramáticas para a população. portanto, não tenho nenhuma dúvida de que a coligação está focada na criação de condições para sair do programa.
a designação de portas para vice-pm melhorou o governo?
se me quiser colocar na posição de olhar de fora, parece-me evidente que a coesão política do governo saiu reforçada da crise de junho. suscitou dúvidas na altura se o governo teria assegurado a sua coesão interna depois da crise. o que posso dizer é que sim, sinto isso de dentro.
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