O secretário nacional do PS diz que não faz sentido o acordo em questões em que é saudável haver alternativa. “O consenso só faz sentido em matérias onde não há alternância de propostas, porque é na diferença que se constrói a democracia”, justifica.
Proença, que dirigiu há três semanas uma conferência da convenção Novo Rumo, sobre administração pública e reforma do Estado, diz ainda que em matérias concretas, o Governo tem “acumulado oportunidades falhadas”. E conclui: “Apelos em vésperas das europeias, de saída da troika e final de legislatura soam muito a falsas”.
A partir de hoje, ao longo de cinco dias, o PS vai tentar marcar terreno na afirmação de políticas alternativas. Primeiro, na convenção Novo Rumo, com 19 conferências em todos os distritos do país. Depois numas jornadas parlamentares, na Nazaré, que têm como tema as desigualdades.
António José Seguro “contrabalança” as intervenções no congresso do PSD, falando em Mangualde (hoje), Guimarães (amanhã) e Santo Tirso (domingo ao almoço). “Neste fim-de-semana em que o PSD vem para Lisboa e se fecha numa sala à volta do líder para concretizar uma estratégia de empobrecimento, nós vamos pelo país para formar uma alternativa”, resume Carlos Zorrinho ao SOL.
Cada conferência do Novo Rumo terá um relator indicado pela direcção e uma figura sugerida pela distrital. Abundam os independentes, como Caldeira Cabral ou Alberto Souto.
Zorrinho fala de um “arranque forte” que vai marcar o Novo Rumo até dia 17 de Maio. “Mais para a frente as conferências serão quase diárias”.
Até agora, as ideias do Novo Rumo têm tido acolhimento crítico. Das oito propostas de Seguro (em quatro conferências), a de um tribunal especializado foi atacada por adversários políticos e especialistas. “O pior que pode acontecer é não terem debate”, reage Zorrinho.