PSD: Militante histórica critica Governo

Virgínia Estorninho, uma militante histórica do PSD Lisboa, inaugurou os discursos críticos do Governo no Congresso do Coliseu. «Isto é inadmissível!», afirmou ao início da tarde sobre os cortes de remunerações a trabalhadores.

Lembrando a matriz social-democrata do partido que ajudou a fundar há 40 anos, começou por deixar um recado: «Há que construir o futuro, mas não podemos destruir o que foi construído». Dizendo-se indignada com as devoluções de remunerações a que os trabalhadores dos transportes foram obrigados, clamou «Isto é inadmissível!». Para Virgínia Estorninho, uma ex-sindicalista, «são os gestores que têm de pagar e não os trabalhadores». E foi mais longe, afirmando, «é caso para os trabalhadores dizerem, não devolvemos!»

«O país pode estar em crise, mas não vale tudo para o tirar de lá», prosseguiu. Nesta altura já tinha lamentado a ausência na plateia de Passos Coelho.

Outro alvo do discurso crítico de Virgínia Estorninho foi Durão Barroso. O ex-primeiro-ministro disse que Portugal estava «de tanga», mas em vez de «enfrentar a tanga» «preferiu fugir». Meia dúzia de aplausos assinalaram esta passagem.

Com o mesmo tom indignado, a militante lisboeta terminou a intervenção atacando a RTP por ter convidado José Sócrates para comentador. «Isto é inadmissível, a todos digo, não vejam a RTP!»

Os oradores inscritos ao início da tarde falaram sem a presença de Passos Coelho. Depois de vários terem criticado a ausência, o presidente do Congresso, Fernando Ruas, acorreu em sua defesa. «Peço que não façam alusão constante à ausência do presidente do partido». «Ele tem aguentado estoicamente nos congressos», acrescentou, garantindo que a presença na sala de outros membros da comissão política garantia que o conteúdo dos discursos chegaria a Passos Coelho.

manuel.a.magalhaes@sol.pt