As queixas foram expressas por um vice-presidente do grupo parlamentar: “O Governo não comunicou nenhuma posição definitiva nem à Assembleia nem ao PS. Estamos a aguardar o que terá para dizer relativamente ao contexto desta decisão, da qual desconhecemos em absoluto o conteúdo, disse António Braga à Lusa.
Estas declarações foram, porém, recebidas com surpresa no gabinete do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, que garante o contrário. “O processo começou após a cimeira de Luanda em 2010, durante o governo anterior”, recorda fonte do gabinete, explicando que nos últimos meses foram “várias” as reuniões entre o Executivo e “quatro destacados dirigentes socialistas” sobre a matéria. Além disso, logo após a cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros em Maputo, o Governo enviou ao PS um relatório. “É prática desde o início da democracia envolver os três principais partidos em matérias de política externa e foi isso que foi feito”, frisa a mesma fonte.
À margem da posição oficial do PS, o deputado João Soares escreveu a Xanana Gusmão, pedindo ao primeiro-ministro de Timor que vete a entrada “de um regime torcionário” na CPLP, na cimeira de Díli, em Julho, em que se prevê a concretização da adesão. Neste processo, Cavaco Silva terá a última palavra, aguardando uma proposta do Governo. “Há tempo até Julho para decidir”, diz ao SOL fonte de Belém. Não há notícia de reservas prévias e a decisão dependerá dos termos concretos em que se propõe a adesão.
*com Margarida Davim