PS sem lista mas com campanha

A campanha de Francisco Assis para as europeias proporciona ao PS uma oportunidade para fazer uma espécie de rodagem para as legislativas. Assim, as iniciativas da convenção Novo Rumo – que prepara os protagonistas e o programa eleitoral de um futuro governo socialista -, as agendas dos deputados do PS e as acções do cabeça-de-lista…

Quinta-feira, António José Seguro foi ao Parlamento reunir-se com os seus deputados e deu o mote: “Nada está excluído, tudo deve fazer parte da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu”.

Assis ainda não tem companheiros de lista – o líder do PS está em processo de selecção – mas já anda na estrada. “Campanha está a haver, não tem é a cobertura que Rangel tem tido”, lamenta Galamba, referindo-se ao número um da aliança PSD/CDS.

Um ex-dirigente do PS, ouvido pelo SOL, critica o atraso na divulgação da lista. “Quanto mais tempo passar mais se alimentam as polémicas internas sobre quem devia ou não ir na lista”, argumenta. Em 2009, Sócrates anunciou Vital Moreira no congresso do PS e logo depois fez o mesmo com o resto da lista. Agora, Assis está há quatro semanas sozinho, como candidato. A pré-campanha este fim-de-semana levará Assis a um périplo pelo Norte, com paragens em Vila Real, Viseu e Guarda.

O tema da composição da lista domina as conversas nos meios socialistas. Carlos Zorrinho, Pedro Silva Pereira, José Junqueiro e Jamila Madeira são dados como prováveis para acompanharem Assis.

A ligação entre a campanha europeia e a preparação das legislativas de 2015 nota-se também nos temas de campanha. A palavra-chave é “Mudança”, o slogan de Assis. “O discurso do PS não será só de denúncia, mas propositivo, não só para o país, mas no espaço europeu”, explicou ontem na TSF.

O modelo de desenvolvimento alternativo que o PS propõe para o país vai desenhar-se no dia 29 numa conferência, em Lisboa, coordenada por Manuel Caldeira Cabral e Ferro Rodrigues. Consolidação orçamental, crescimento económico e reforma do Estado são assunto de um dos workshops. “Não olhamos para o Estado numa perspectiva de ver onde se vai cortar, mas tentando perceber como vai funcionar melhor”, diz Caldeira Cabral ao SOL. O ‘Novo Desenvolvimento’ dará origem a outras conferências, no Norte do país.

manuel.a.magalhaes@sol.pt