O CNS foi desenhado de raiz pelos arquitectos José Freire & Luísa Cunha, e pensado com grande pormenor, tendo em conta as necessidades especiais e o conforto dos utentes a que se destina. O Campus aposta numa nova forma de alojamento e assistência, cruzando os serviços de um lar com os de um hotel.
Este é um projecto que surge em contraciclo com o sector imobiliário. Numa altura em que o investimento privado tem sido nulo em matéria de nova construção, seja habitação, escritórios, retalho ou equipamentos públicos, chega o CNS.
O administrador João Ferreira assegura que o CNS surge, por um lado pelo facto da prevalência das doenças neurológicas estar a aumentar, devido ao envelhecimento da população, e por outro devido à existência de uma grande lacuna em termos de cuidados de saúde multidisciplinares e de formação neste domínio, quer em Portugal quer no resto da Europa.
“Este foi um investimento que acreditamos fazer sentido. Além do que já foi dito, o CNS é a uma unidade de saúde de referência, não só em Portugal como também na Europa. A ideia é que os doentes permaneçam no Campus durante períodos que podem oscilar entre uma semana a alguns meses, para optimizar a sua terapêutica e realizar reabilitação a que, no fundo, todos os doentes deveriam poder aceder”, esclarece o responsável.
O CNS integra no mesmo espaço três unidades complementares: Clínica Médica, que ocupa parcialmente o edifício principal; Unidade Residencial, que corresponde à restante estrutura edificada desse corpo; e Residência Sénior, que justifica a existência de um segundo corpo, ligado ao primeiro por uma manga de passagem sobreelevada, devidamente isolada.
Integração do edifício na paisagem envolvente
Para os arquitectos, a concepção do projecto geral, no qual se inclui o enquadramento paisagístico, orientou-se por critérios de ordem estética, funcional e ecológica, tais como a incontornável integração do edifício na paisagem envolvente.
“O conceito é indissociável das formas criadas. Recriaram-se espaços e lugares da vivência dos utilizadores, oferecendo uma expressiva variedade de opções entre espaços de lazer, jardins, terrenos de cultivo, evitando assim toda a monotonia e isolamento que poderá ameaçar os utentes”, explicam os arquitectos.
Assim, existe uma clara intencionalidade na definição de uma hierarquia de espaços, conjugada com uma articulação de modo a que haja uma variedade de oportunidades dentro do mesmo complexo, permitindo a circulação como um cordão umbilical. A equipa médica do Campus é dirigida por Joaquim Ferreira.
“Tendo conhecimento da elevada taxa de envelhecimento, é compreensível a necessidade de um investimento cada vez maior na área da saúde. Se por um lado as pessoas vivem durante mais anos, por outro vão certamente necessitar de mais cuidados de saúde. É um investimento necessário, natural e que acompanha a evolução da sociedade”, salienta ainda o administrador João Ferreira.
Turismo de saúde pode gerar receitas de 400 milhões
Para comprovar que a aposta no imobiliário de saúde é um bom investimento, um estudo lançado este mês revela que Portugal é competitivo a nível europeu para desenvolver o turismo de saúde e bem-estar, e pode conseguir 400 milhões de euros de receitas anuais se apostar na promoção.
O estudo ‘Definição da estratégia colectiva para o sector do Turismo de Saúde e Bem-Estar Português’ indica que as receitas relativas do turismo médico, deverão passar de 19 milhões de euros estimados em 2016, para 94,6 milhões de euros em 2020. Foi preparado pela Accenture e pela Neoturis para o Health Cluster Portugal, para a Associação Empresarial de Portugal e para a Câmara de Comércio e Indústria.