Meriam, que está presa desde Agosto de 2013, viu a sentença ser confirmada esta quinta-feira, depois de ter sido condenada no domingo. Durante a leitura da sentença, o juiz tinha-lhe dado um prazo de três dias para se converter ao Islão. Mas a mulher recusou.
Em causa estão acusações de “abjuração”, por ter recusado renunciar à fé cristã e abraçar o islamismo, e de “adultério”, por estar casada com um cristão, um casamento que é considerado nulo à luz das leis do Sudão.
Meriam Yehya Ibrahim, que está detida com o filho de 20 meses, é casada com um cristão oriundo do Sudão do Sul e foi criada como cristã ortodoxa, a religião da mãe, não tendo tido qualquer contacto com o pai muçulmano durante a infância.
A denúncia que levou à sua detenção terá sido feita por um familiar que a acusava de manter uma relação adúltera, uma vez que estava casada com um cristão, uma ligação que não é reconhecida pela Sharia, a lei islâmica em vigor no Sudão.
Já em Fevereiro deste ano, segundo a Aministia Internacional, o tribunal acrescentou a acusação de abjuração ao processo de Meriam, depois de esta ter declarado ser cristã e não muçulmana.
A Aministia Internacional está, neste momento a tentar chamar a atenção para o caso, de forma a impedir que a sudanesa seja executada.
“O facto de uma mulher ser condenada à morte pela sua fé religiosa e a ser chicoteada por ser casada com um homem alegadamente de uma religião diferente é chocante e abjecto”, ataca frisa o investigador da Amnistia Internacional para o Sudão, Manar Idriss, no site daquela organização.
Para o activista, “esta é uma violação flagrante das leis internacionais de direitos humanos” que deve ser combatida.