"Não devemos passar mensagens de euforia ou satisfação injustificada. E ninguém no Governo e no PSD passa mensagens desligadas da nossa realidade, mas não devemos, numa altura em que concluímos parte das nossas tarefas, deixar de mostrar que os sacrifícios dos portugueses valeram a pena. E que estamos agora em melhores condições do que estávamos para encarar o futuro", declarou.
O primeiro-ministro respondia aos jornalistas após um encontro com o candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que decorreu na sede do PSD, em Lisboa.
Um dia depois de o Governo assinalar, com a realização de um Conselho de Ministros extraordinário, a saída da 'troika' e o fim do programa de assistência financeira, Passos Coelho defendeu que, se o país "mantiver a responsabilidade orçamental, não há nenhuma razão para que não seja bem sucedido no futuro".
Questionado sobre as afirmações do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros extraordinário, Passos Coelho considerou que é uma evidência que se "alguma coisa correr mal não é o cautelar que se vai pedir porque esse pede-se antes".
"Não vejo em qualquer caso alguma razão para que corra mal", disse Passos Coelho, que disse que o dia 17 de Maio foi "um momento carregado de simbologia" e destacou o apoio dos parceiros europeus e do então presidente do Eurogrupo e hoje candidato a presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker.
Manifestando o apoio do PSD a Juncker, que disse ser "um amigo de Portugal", Passos Coelho afirmou que a União Europeia precisa de ser "mais coesa, mas responsável e mais solidária".
Ao lado de Passos Coelho, Juncker apelou para os portugueses "não acreditarem naqueles que dizem que se pode combater o défice acrescentando défice e gastando dinheiro que não se tem".
"Os que querem acrescentar défice ao défice são os que remetem as dificuldades para a geração seguinte", advertiu.
Juncker disse ter consciência das medidas duras que foram impostas, manifestando "admiração" pela "coragem e determinação" dos portugueses e pelo "desempenho" do país.
Lusa/SOL